Desculpem-nos toda a demora, o computador parece que quer criar vida própria e sair andando por aí, serio. Bem, sem enrolação, vamos à parte final de Fake Star!
“Bom dia a vocês.” Um homem de cabelos pretos e robe
da mesma cor diz, de olhos fechados. “Eu sou o recepcionista do Plaza de
Pitàfio. Peço a vocês que, antes de entrarem no hotel, vistam isso.” Ele
entrega alguns robes, iguais ao que usava.
Após se trocarem,
os alunos são guiados até os quartos.
“Ah, antes que me esqueça. Meu nome é Dantairousu Kyourimichi
D’ote, mas as pessoas me chamam de Dante.” O recepcionista diz, enquanto
caminha pelo corredor, de olhos fechados.
“Vem cá, você é cego ou algo assim?” Kai pergunta.
“Por que não abre os olhos?”
“Você adora cutucar a ferida, heim?” Kisha dá uma
cotovelada no garoto.
“Não vejo problema em perguntar algo que interesse.”
Ele sorri. “Eu não sou cego, é só que as pessoas não gostam que eu abra meus
olhos.”
“Agora eu fiquei curiosa.” Yabu ri. “Vamos lá, são só
olhos.”
“É, não acho que tenha problema!” Jyuu também estava
interessado.
Os
adolescentes insistem para que o homem mostre seus olhos, falando
incessantemente.
“Está bem, eu não gosto de negar pedidos feitos com
tanta insistência.” O homem abre os olhos, revelando seus globos oculares
totalmente negros.
“Maneiro...” Um garoto com corte channel diz,
balançando a cabeça.
“Isso chega a ser hipnotizante...” Carrie gira a
cabeça.
“Por favor, peguem as chaves de seus quartos.” O
homem sorri, entregando uma chave a cada grupo. “Vocês estão divididos entre os
andares 6 e 7. Todas as regras estão no folheto pregado à escrivaninha de cada
quarto. Qualquer dúvida a mais, liguem para o número da recepção.”
O recepcionista
sorri, descendo pelo elevador. Os alunos sobem pelo outro elevador, indo em
direção aos seus próprios quartos.
Nagare e Shio abrem a porta do quarto 603. Estavam ao
lado de Kuro, o garoto dos pirciengs, e sua dupla, Faerii, uma garota que não
conseguia andar dois metros sem um espelho.
“Precisamos ver quando é o café da manhã. Eu sempre
perco o horário... Acho que deveria tentar acertar meu relógio mental...”
Nagare diz, lendo a lista de regras.
Shio sorri,
jogando as malas no chão. Ambas estavam pesadas demais para a bagagem de três
dias.
O garoto
começa a separar suas roupas e colocá-las no armário. Após decorar todas as
regras –o que não havia levado mais de 2 minutos- o outro começa a retirar suas
coisas da mala. Porém, ele não parecia ter muito jeito com isso; as roupas
estavam amassadas e até jogadas dentro das gavetas.
Shio tenta
arrumar uma delas mais é impedido.
“Er... Eu sei que pode parecer estranho, mas... Eu
odeio coisas arrumadas. Deixa assim mesmo!” Nagare fecha a gaveta.
Shio sorri,
concordando com o garoto. Era um pouco incômodo saber que essa não era a
primeira vez que Nagare falava isso para ele.
Bate em suas
próprias bochechas. Não poderia ficar comparando esse Nagare ao anterior! Querendo ou não, estava apaixonado pelo garoto
que estava ali, não pela estrela.
Ele se deita
na cama, cobrindo-se com o grosso cobertor que a camareira deixara ao pé da
cama. Ishikage tinha um clima bem diferente de West City; a maioria de seus
dias eram frios e cheios de neve.
Nagare termina
de ‘arrumar’ suas coisas e fita o outro garoto. Ver Shio dormindo profundamente
era relaxante. Mesmo que estivesse com sono, poderia ficar ali, sentado e o
fitando por horas.
O garoto de
olhos diferente suspira e se senta sobre sua própria cama. A vontade de se
deitar ao lado de Shio o estava incomodando bastante... Talvez não fosse uma
pessoa de, como diziam, coração puro.
“Feio, muito feio.” O garoto sussurra para si mesmo,
sorrindo e se deitando.
“Eu sabia que você ia fazer isso!” Hilem grita, batendo
no banco da frente. “Eu disse que era pra me deixar dirigir, mas, não...”
“Silêncio!” Ales sussurra para o outro, tapando sua
boca. “O Dwiea está dormindo.”
“Vocês dois, quietos!” Kasanoa sussurra para os dois
sentados no banco de trás. “Vocês sabem o que acontece se alguém acordar o Dwe,
não é?”
O homem de
óculos suspira, enquanto Hilem resmunga alguma coisa. Sabiam exatamente o que
aconteceria com todos os que estavam ali se o temporariamente moreno acordasse.
Pelo que lembravam,
da última vez que uma pessoa ousou acordá-lo... Precisaram comprar um novo
guarda-roupa, para substituir o que Dwiea havia jogado pela porta.
“Além do mais...” O motorista sorri. “Eu acho que já
estamos em Ishikage, só falta encontrar o hotel.”
“Então só faltam mais 3 horas. Que bom...” Ales
sussurra.
“Que se danem todos vocês, eu vou dormir.” Hilem se
apoia na janela do carro, fechando os olhos.
Nobuko acorda,
coçando os olhos. Kisha, que havia girado a cama para o outro lado do quarto
(de acordo com a garota, só conseguia dormir virada para o norte.), ainda não
estava acordada.
O garoto se
levanta, olhando para o relógio. Ainda faltavam duas horas para o café-da-manhã
ser servido. Ele sai do quarto; gostava de caminhar durante as manhãs,
especialmente quando estava frio, como naquele dia.
Segue para o
suposto andar de lazer. Àquela hora da manhã o lugar estava vazio, mas com
certeza, se esperasse até um pouco após o café da manhã, conseguiria ver várias
pessoas passando por ali.
O cheiro de
feromônios passa pelas suas narinas; estava forte a ponto de incomodar. Vinha
do vestiário. Nobuko segue para averiguar o motivo de seu incômodo.
Abrindo rapidamente
a porta, ele se encontra a frente de Kai e Kuro. O garoto de pirciengs estava
apoiado em um dos bancos, com suas pernas entrelaçadas ao outro, que repousava
seus braços sobre os ombros de Kuro.
Os três se
encaram durante alguns segundos, até que Nobuko começa a caminhar, indo em
direção dos dois.
“Seria muito melhor se você...”[1]
Ele sussurra no ouvido de Kai e se dirige a pia para lavar o rosto (e tentar
diminuir o cheiro que havia no lugar).
O garoto de
moicano o encara, com um olhar admirado. Kuro suspira e se solta do outro,
sentando no banco e remexendo sua longa franja.
“... Mestre...” Kai finalmente diz a Nobuko,
entrelaçando as mãos.
“É só uma questão de cálculo e prática.” O garoto de
cabelo colorido sorri. “Ah, desculpem pela interrupção...”
“Fica frio. É só não espalhar isso pra todo mundo que
vai ficar tudo bem.” Kuro diz, se deitando no banco de madeira. “E você...” Ele
se dirige a Kai, mas percebe que o garoto ainda estava maravilhado. “... Não,
esquece.”
“Não sou de fofocar, não se preocupem.” Ele foca o olhar
em um lugar distante. “Cara, devem botar alguma coisa estranha na água...”
“Cara, você é...” Kai volta a falar, apoiando a mão
no ombro do outro. “... Desse time, por acaso?”
“E mais uma vez, você cutuca a ferida.” Kuro
resmunga, com os braços cruzados.
“Digamos que, por enquanto, jogo pros dois lados...
É, algo assim.” Nobuko responde ao outro, tentando encontrar as palavras
certas.
Os três andam
pelo prédio, conversando. Estranhamente, se davam bem.
Shio se
espreguiça, coçando os olhos. Enquanto ainda estava tentando acordar, acaba se
deparando com Nagare, na cama ao lado. Estava rolando de um lado ao outro da
cama, talvez pudesse estar tendo um pesadelo...
“... Me... Devolve... Essa... Droga...” Ele sussurra,
ainda dormindo.
O garoto que o
assistia ri. Nagare parecia muito mais indefeso do que enquanto acordado;
estava até... Fofo.
O moreno morde o lábio. Estar ali, sozinho e de
frente para a pessoa a qual gostava, não lhe dava nenhuma ideia boa. Chegava a
ser difícil não se aproximar de seu rosto tranquilo e angelical e usurpar um
beijo de seus lábios.
Infeliz, ou
felizmente, era um típico romancista. Não conseguiria tocar um dedo em Nagare
antes de falar qualquer coisa sobre seus verdadeiros sentimentos. Shio desvia
seu olhar para o relógio, procurando saber se o café da manhã já estaria sendo
servido; ainda faltava uma hora.
O cobertor é
jogado para o lado e Nagare se levanta da cama, bocejando e estralando os
ombros. Ele encara o parceiro de viagem, ainda meio desnorteado e tentando se
situar no presente.
“Bom dia...” Diz, levantando da cama e
espreguiçando-se.
Shio sorri, grunhindo
discretamente. Faltava uma hora para o café da manhã e agora precisava passá-la
com o outro garoto, com a pressão e tudo.
Nagare olha
para o relógio e também grunhi. Perfeito. Agora poderia ter uma hora inteira
para poder falar com Shio. Conseguira obter informações sobre o garoto, mas
precisava usar todo o tempo possível para fazer ele se apaixonar por si.
O toque de um
celular tira os dois do transe. Shio pega o aparelho, notando o aviso de
mensagem que piscava na tela.
“Estamos esperando por notícias
^.^ mande uma mensagem para esse número se precisar de alguma coisa. Ca e Est.”
Sorri. Pensar que estava sendo apoiado
naquilo lhe dava esperança e força suficiente para superar seu nervosismo.
“Algo importante?”
Nagare diz, tentando olhar a mensagem.
Shio chacoalha a cabeça negando, enquanto
desliga rapidamente o aparelho.
“Ainda temos tempo
até o café da manhã...” Nagare diz, com uma voz infantil e feliz. “... Por que
não passeamos um pouco pelo hotel?”
O outro concorda, balançando a cabeça.
Depois de pegar seu mini quadro branco, o
garoto é arrastado para fora do quarto até o elevador e assim por diante.
Enfim, os dois encontram um bom lugar para
ficar. Estavam na provável sala de jogos, onde se encontravam uma mesa de
pebolim, algumas máquinas eletrônicas e um pequeno cercado de paint Ball.
“Você quer jogar
algum deles, ou vamos só ficar olhando?” Nagare pergunta, ainda sorrindo.
Estava tentando parecer o feliz e animador o possível.
‘Vamos tentar o
paint Ball. ’ Shio escreve.
“Pegue o equipamento
e vamos manchar esse lugar com toda a tinta que eles tiverem!” Brinca,
colocando um dos coletes.
O outro também
coloca o equipamento. Não era muito pesado, mas dificultava o movimento. Talvez
o jogo pudesse se tornar mais interessante assim...
“Vamos logo!” Nagare
grita, animado. Sua arma já estava carregada e o garoto parecia pronto para
jogar.
Shio sorri, carregando a sua arma com cápsulas
de tinta. O placar no topo da parede se acende e inicia a contagem de tempo.
Os dois começam a partida, animados. Nagare se
movia rapidamente, para a surpresa do outro; o desconforto das roupas parecia
não atingi-lo.
Nos três primeiros
minutos, Shio consegue liderar no placar por dois pontos. Poderia não estar se
movendo bem, mas sua mira continuava boa.
Quanto o Sinal toca,
avisando que o tempo acabara o placar estava empatado.
“É bem justo.”
Nagare diz, apertando a mão do outro. Estava suando bastante com todos os
apetrechos.
Os dois se trocam e seguem para um banco
acolchoado que estava na entrada do terraço. O ar frio e úmido da manhã os faz
respirar mais rápido.
“Fazia um tempo que
eu não jogava isso...” Nagare sorri, se deitando em parte do banco e encostando
discretamente sua cabeça nas pernas do outro garoto. “Você é bom, heim?”
‘Prefiro dizer que
fico só um pouco acima da média. ’
“Não seja humilde.
Eu precisei usar toda a minha energia pra igualar o placar...” Ele suspira.
“Acabei me cansando.”
‘É de se esperar. Só
criaturas energizadas (como o Jyuu) conseguem aguentar tanto e ainda ter energia.
’
“... Seus amigos são
legais.” Nagare sorri, lembrando-se de como fora ajudado por aqueles dois.
‘Eu sou muito bom
pra selecionar pessoas!’ O garoto sorri com um ar de brincadeira.
“Quer dizer que eu
passei na sua ‘seleçãozinha’, foi?” Sorri maliciosamente. Iria pressionar Shio
bem devagar.
‘Bem... Acho que foi
isso... Mas foi diferente do Jyuu e do Nobuko. ’ Ele coça a nuca. Pensaria em
um jeito discreto de jogar informações no outro.
Nagare acentua seu sorriso e se levanta do
banco, apoiando-se com as mãos. “O quanto diferente foi?”
“Shio! E aí?” Nobuko
grita, passando do outro lado do terraço. Estava acompanhado por Kai e Kuro,
que não notaram o grito.
Shio acena sorrindo. O amigo não poderia ter
escolhido hora pior para aparecer.
Nagare também acena, mesmo que não muito
animado. O garoto cortara o clima que se esforçara para criar!
‘É hora do café da manhã...
’ Shio puxa o outro pelo pulso, recebendo resistência.
“Me carrega... Eu to
morto de cansaço!” Ele se joga no banco.
‘E eu morto de fome.
Vem logo!’ O outro continua a puxar Nagare.
“Ok...” O garoto se
levanta, reclamando. “... Quem chegar primeiro, ganha!” Ele começa a correr.
Shio o segue, mesmo achando aquilo um pouco
infantil. Sentia que nada importava se estivesse com Nagare.
Precisava fazê-lo se dar conta de seus
sentimentos. E rápido.
“Então, vocês dois
estão saindo há quanto tempo?” Nobuko pergunta aos garotos, enquanto coloca uma
fatia de bolo de nozes em seu prato de café da manhã.
“Uns três... Quatro
meses...” Kai responde, pegando vários rocamboles de fios de ovos.
“Mas não é
exatamente sair... Somos mais como...” Kuro para, tentando pensar em uma boa
expressão.
“SFs evoluídos[2].” O
garoto de moicano completa.
Os três se dirigem a uma mesa para comerem. Só
alguns alunos estavam lá, a maioria ainda dormia em seus quartos.
“Nokkun!” Jyuu
acena, antes de se sentar junto aos três garotos.
“Acordou de bom
humor! Que raridade!” O irmão diz, sorrindo. “Teve uma boa noite?”
“Eu já disse o
quanto gosto de noites frias?! Elas fazem milagres!” O garoto morde um bolinho,
que estoura em sua boca.
“Esqueci que você
era o irmão dessa coisa estranha...” Kuro diz, pronunciando ‘N-ão C-onte A
E-le’ com os lábios.
“Tratar as pessoas assim
só as afasta, idiota!” Kai cospe um pouco de seu café na testa do outro,
começando uma briga entre as xícaras.
“Por que você está
com esses dois?” O loiro pergunta, ignorando a briga.
“Achei eles por aí,
sabe?” Sorri, chutando os pés dos outros para pararem. “E vi o Shio no caminho,
também.”
“Ah, aquele garoto
pra quem você acenou até que sua mão caísse?” Kai diz, limpando o café que
pingava do pircieng em seu nariz.
“Os três andam por
aí juntinhos, nunca viu?” O outro garoto sorri com ar de deboche.
“Uuuuh... Juntinhos
por aí? Gostei!” Ele começa a rir.
“Não é nada disso
que vocês tão pensando...” Nobuko rosna, com os braços cruzados. “Não achem que
todos são ‘problemáticos’ só por que vocês são.”
“Eu me perdi legal
no meio dessa conversa...” Jyuu resmunga, com a cara na mesa.
Uma mulher, provavelmente uma das funcionárias
do hotel, segue até a mesa onde estão os quadro adolescentes.
“Vocês estão na
excursão, não é?” Ele pergunta sorridente e recebe um ‘sim’ uníssono como
resposta. “Então, peguem isso. É a programação de hoje.”
Os quatro começam a ler o papel assim que a
mulher se dirige a outra mesa.
“Ótimo.” Pensa Shio. “Poderei usar o tempo
extra entre os dois primeiros passeios para falar com Nagare.”. Mesmo comendo
na mesma mesa, depois do corte que obtiveram antes, nenhum dos dois conseguia
criar algum clima ou puxar algum assunto bom.
“Parece que vamos
ter uma competição... Vai ser divertido!” Nagare sorri, balançando o papel. “Eu
quero ganhar!”
‘Você se mostrou um
grande e gordo competidor. ’
“Não me chama de
gordo!” O garoto de olhos diferentes bate na mesa com o punho, brincando. “Eu tenho
um corpinho bonito e sarado!”
‘Concordo... ’ Shio
sorri, bebendo um gole de seu chá gelado. Não gostava muito de café puro e o
leite havia acabado.
“Com...” Antes que
Nagare terminasse sua frase, uma voz vinda da porta da sala o interrompe.
“Com a licença de
todos aqui, solicito que os alunos da academia Rouzaku reúnam-se no salão
principal! Suas atividades começarão dentro de dez minutos!” Dante diz, fazendo
sua voz ecoar pelo salão e sai sorrindo.
Os alunos começam a levantar, pouco a pouco.
Assim, em dez minutos, todos estão no saguão. Alguns se acomodaram nas
poltronas, outros preferiam o chão mesmo.
“A neve cai
do céu noturno, congelando este mundo branco
Agora
mesmo meu coração atravessava-o
A canção
de amor vazia feita apenas de mentiras continua ecoando
Sentimentos
verdadeiros não conseguem ser expressados...”[3]
Carrie canta, brincando com o cabelo da amiga.
“Hum... Não me
lembro de você cantar essa música antes...” Stenfy coça o nariz, que estava
congelando com todo aquele frio.
“Essa é uma ocasião
especial. Eu tenho o pressentimento de que ela está tocando por aí, esperando
que alguém faça o seu refrão!” Ele soca o ar.
“Você acordou muito
poética hoje...” A ruiva suspira. “Mas, boa sorte com sua previsão.”
“Pode esperar! Dessa
vez eu estou certa! Posso sentir isso!” A garota sorri com um ar infantil.
“Já que todos se
trocaram, então, vamos começar logo essa excussão!” O guia, o qual não era
possível distinguir se era um homem ou uma mulher, diz, enquanto arruma um de
seus cachos loiros que caía sobre os óculos.
“Quanto menos durar
essa joça, mais tempo livre vamos ter!” Kuro grita, sendo acompanhado pelos
outros.
A montanha de adolescentes não precisava,
dessa vez, se espremer para passar pela porta. Todos seguem o guia energético
pelo caminho coberto de neve fria e molhada.
“Eu já disse que
ganhei isso do meu padrasto... Me deixem em paz!” Jyuu grita, tentando afastar
as garotas que estavam fascinadas pelo seu casaco de panda.
“Mas é tão fofo! Eu
nunca vi um desses vendendo!” Kisha puxa uma das orelhas do capuz, fazendo-o
escorregar e cair do rosto do loiro.
“Eu quero um!!”
Trisha -a irmã gêmea, grita- puxando a outra orelha.
“Soltem! Eu não
quero que rasgue! Esse é o único casaco de neve que eu tenho!!”
“Vamos lá, garotas,
deixem o meu irmãozinho em paz...” Nobuko sorri, puxando Jyuu pela cintura e o
afastando das gêmeas. “Por que não me deixam cuidar dele um pouquinho?”
“... Está bem...” As
duas enrubescem indo mais para frente na multidão.
“...Me solta ou eu
vou te chutar.” O loiro diz, tentando desprender as mãos do outro de sua
cintura.
“Já soltei, já
soltei!” Ele sorri, levantando as mãos.
“... E pare de fazer
essas ‘ceninhas’. Estou realmente começando a acreditar que você está dando em
cima de mim.” Jyuu cruza os braços, tentando esconder a vermelhidão de suas
bochechas.
“Mas eu gosto tanto
de fazer isso! É muito bom te deixar envergonhado!” Nobuko sorri, abraçando o
outro por trás.
“Me solta! Me
solta!” O loiro tenta escapar do abraço do irmão. “Você é muito grudento!”
“Agora, vamos
começar uma grande e divertida competição!” O guia diz, sorrindo e levantando
as mãos. “Eu vou dar meia hora para cada dupla coletar, no mínimo, uma pedra de
cada tipo das que eu falei. Quem conseguir chegar aqui antes e com todas as
pedras irá ganhar um prêmio especial!”
Alguns pigarreiam, enquanto o vento sopra na
capa de uma árvore.
“OK, se estão tão
desinteressados, eu vou adicionar algo. Se a dupla ganhadora chegar aqui antes
de quinze minutos, eu pago o almoço de todo mundo!”
Os adolescentes começam a correr e se dispensar,
assim, os que sobram, não tem outra opção se não começar a caçada.
Shio para; precisava
respirar um pouco! Por mais que o garoto estivesse se queixando de manhã,
agora, Nagare voltara a sua força total. Correr atrás do garoto iria ser
difícil.
“Não pare! Só
precisamos encontrar quatro pedras, vamos lá!!” Ele grita, animado.
O outro garoto se apoia na parede, chamando-o
para perto. Com todo aquele clima frio, sua respiração fazia uma pequena nuvem
de vapor.
“O que foi?” Nagare
pergunta, sorrindo e jogando os braços atrás das costas. “Está cansado de mais
para me acompanhar?”
Shio sorri, ainda respirando com dificuldade;
era de se esperar depois de correr meio quilômetro sem parar, já que não fazia
exercícios sérios há algum tempo. Piscando um pouco, ele percebe que parara em
uma viela estreita, sombreada por um carvalho que crescia do chão. Não havia
mais ninguém ali. Era o lugar perfeito.
“Eu disse que eles
estariam aqui.” Nobuko sorri para Stenfy. “Posso sentir o cheiro desses dois
facilmente. É uma mistura de limão e baunilha.”
“Faz silêncio, assim
eles vão perceber que estamos aqui!” Carrie sussurra para os dois.
“Acho que não dá,
estamos meio que, imperceptíveis.” Jyuu sorri.
Os quatro haviam saído da atividade para
seguirem o, já denominado por eles, casal. Estavam escondidos atrás de um dos
muros de uma casa da viela. Nobuko e Jyuu apostavam que Nagare conseguiria
fazer o outro apaixonar-se, sem saber que Shio estava tentando fazer o mesmo;
enquanto Carrie e Stenfy sabiam sobre Shio e suspeitavam um pouco de Nagare.
“Aqueles quatro são
amadores...” Hilem diz, mirando os adolescentes com seu binóculo. “Nunca
passariam na aula de perseguição avançada.”
“Fazer o que? Acho
que somos os poucos aqui que levam jeito pra coisa.” Dwiea se equilibra melhor
no galho da árvore.
“Esse está se
tornando um dia cada vez mais nostálgico...” Ales suspira, arrumando seus
óculos.
“Concordo
plenamente. Mas, senti saudade disso.” Kasanoa sorri.
Os quatro estavam equilibrando-se fácil e
silenciosamente em alguns galhos do pinheiro. Ales na copa, com Hilem ao seu
lado, Kasanoa e Dwiea nos galhos abaixo.
“Vamos ver no que
isso vai dar.” Hilem sorri. “Mas suponho que todos estamos trapaceando, o que
irá invalidar a aposta.”
“Tanto faz. Diga-me
uma vez que não trapaceamos.” Ales pega limpa a lente de seu binóculo.
“Somos cobras
traiçoeiras que se aproveitam da hora mais fraca de sua presa para poder
injetar o veneno mortal como golpe de misericórdia.” Kasanoa sorri.
Os dois olhos
encontram-se e continuam
Shio sinaliza com a
mão para que Nagare chegue mais perto.
“O que foi?” O garoto pergunta, obedecendo.
“Eu... Não vou... Cometer um erro... Duas vezes.” Shio
sussurra. “Então... Deixe-me... Tornar... A sua estrela... Dessa vez.”
Nagare para, com o
espanto. Não conseguia entender direito o que o garoto estava querendo dizer,
mas só o fato de ouvir sua voz era, no mínimo, espantos.
Indo contra,
machucando-se, e mesmo assim acreditando,
“O que eu estou... Tentando dizer é...” Ele se esforça
para que as palavras saiam reconhecíveis. Aquela era a primeira vez que
pronunciava alguma coisa em um ano. “Eu... Quero você... Pra mim... Nagare.
Deixe-me tornar a sua estrela... E eu prometo que nunca irei... Desaparecer.”
O garoto continua
estático. A felicidade transbordando de seu corpo era tanta que não conseguia
pensar em nada. Sua mente se enche de ideias e possibilidades, mas nenhuma
delas realmente importava naquele momento.
Dentro do tempo que
passa tão devagar, uma estrela falsa gira
“Eu vou avisando, é a primeira vez que estou com um cara.
Você vai ter que me guiar.” Ele finalmente diz, com um sorriso infantil.
“E essa é a primeira vez que eu me apaixono. Você vai ter
que aguentar.” Shio também sorri.
“Então, quites?” O garoto de olhos diferentes estende a
mão.
“Quites.” Shio a segura, mas usa-a para puxar Nagare e
jogá-lo contra si, para poder beijá-lo. “Ah, me esqueci de falar sobre o meu
tremendo romantismo.”
“Então, acho que gosto dos românticos mais do que dos
outros.” Nagare entrelaça seus braços no ombro do outro e aproxima seu rosto
até que seus lábios se toquem novamente. “E gosto de você mais do que todos
também.”
Você ainda está
esperando encontrar um dia a sua única estrela
“Isso é um bom sinal.” O garoto sorri, libertando o
outro, porém, permanece segurando sua mão. “Ótimo sinal.”
Eles continuam
caminhando pela viela, andando de mãos dadas. As pegadas deixadas na neve
permanecem firmes, mesmo que o vento sopre sobre elas incessantemente.
Ah, rosa verdadeira,
aqui nestes braços
Você já pode dormir...
FIM
[1]
Se alguém desejar saber o que ele disse, saiba que o Nobuko TEM experiência
equivalente ao Eiri nisso. Ou seja, tenha muito medo de saber.
[2]
SFs= Sex Friends, a quem não sabe: amigos que fazem sexo casualmente.
[3]
Música= Fake Star cantando pelo Shuu-chan de Gravitation!
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Então... É o fim xD Mas, já?! É, na verdade a gente demorou mais do que queria, mas, bem, estamos aqui agora!
Er... Temos más notícias para vocês... O site entrará em hiatus para que atualizemos as coisas na nossa conta no Nyah @@ Então, nos vemos lá! Até mais!
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