sábado, 21 de abril de 2012

Fake Star III-III

Desculpem a demora, povo x.X Ontem tava odo mundofora de casa o dia inteira, sem nem ver a sombra deum computador direito! Foi tenso... Mas, como nossas vidas não são importantes a ponto de precisarmos comentar mais do que isso, vamos logo para o capítulo da semana



Capítulo 3: “O céu para todos”


  Nagare caminha até a escola, segurando a mochila em seu ombro. Saíra cedo para poder ver o sol roxo amarelado da manhã. Aquela visão lhe trazia paz e tranquilidade.
 Suspira. Aquela não era a melhor definição para o que estava em sua cabeça agora. Não conseguia parar de pensar no dia anterior, que por sinal, havia sido bem diferente dos seus normais.
 O problema também não era o dia em si, só as 7 última horas deles... Ou uma hora... Talvez só alguns segundos em que pensou...
 O garoto grita para sua própria mente, bagunçando o cabelo. Não queria admitir que, por causas superiores, como a força gravitacional que o céu exercia em sua vida, conseguira fazer algo horrível. Algo que poderia tornar a sua já amaldiçoada vida, mais miserável ainda.
 Conseguira se apaixonar.
 Isso era exatamente a pior coisa que poderia fazer. Sabia que estava destinado à pessoa a qual sua outra forma havia se encontrado, e estava preso por isso. Porém, aquela droga de sentimento cismava em pulsar, enviando informações incertas para o seu cérebro.
 Ele suspira, tentando se acalmar. O melhor que poderia fazer agora seria se afastar e esquecer. Já havia feito aquilo outras vezes, certo?
 Mas nas outras vezes, havia sido diferente. Não se sentira assim em nenhuma outra ocasião. Seu coração estava apertado, e ainda assim, parecia dar as batidas mais felizes que podia.
 Claro, também havia o fato de que, dessa vez, ele quem estava tomando a iniciativa. Normalmente as garotas é quem o faziam pensar em alguma possibilidade e o confundir.
 Muito bom. Agora outra coisa aparece em sua mente; ainda não notara que havia se apaixonado por um garoto...
 O grasnar dos pássaros que estavam na árvore da escola o acordam. Distraíra-se por tanto tempo que nem percebera o quanto andara. Suspira, arrumando a mochila em suas costas. O dia já não parecia mais tão pacifico e tranquilo assim.

‘Por que me trouxeram aqui?’ Shio escreve em seu mini quadro branco. Estava em um dos corredores da escola, o mais abandonado do lugar. Carrie e Stenfy o haviam sequestrado da sala e arrastado até lá.
“Calma. Só queremos ajudar.” A ruiva sorri.
“Você deve saber o que sabemos não é?” A outra também sorri.
‘Não sei do que estão falando. ’
“Sabemos que você anda perseguindo o Nagare e sabemos que você tem... Uma queda por ele.” As duas o apertam na parede para que não fuja.
‘Nada a declarar... ’
“Corta essa!” Stenfy ri. “Esse não é o motivo de estarmos aqui, diretamente.”
“Só queremos ajudar você, a conquistar a sua pessoa querida.”
 Ele as encara. Não era possível que duas garotas tão estranhas poderiam querer ajudar-lhe... Principalmente em uma situação como aquela.
‘Por que farão isso?’
“Vamos dizer que as experiências da vida nos tornaram dois cupidos, temporariamente.” Elas pareciam ter um sorriso amigável.
“Mas saiba que fazemos isso meio que por egoísmo.” Carrie estrala os dedos, olhando para um espaço em branco na parede.
‘... Como querem... Me... Ajudar?’
 As duas sorriem, de forma maliciosa. Ao contrário de cupidos, pareciam harpias prontas para atacarem qualquer um que parecesse uma presa fácil.
“Bem...”
 O sinal toca, interrompendo a garota. As duas saem correndo pelo corredor, mas avisam para encontrá-lo durante o intervalo. O garoto suspira, estava assustado, mas, ainda sim, aliviado; era bom ter alguém que o ajudasse, não confiava em Jyuu ou em Nobuko para pedir algo desse gênero. Ele desse pela escada de incêndio, aquele era o caminho mais rápido para a sala.
Toda a sala havia formado um círculo- se poderia ser chamado assim- em um dos cantos do lugar. Falavam baixo, mas mesmo assim, os ruídos abafados passeavam pelo ar.
 Shio se esgueira entre os ombros e infiltra-se no círculo, tentando entender o assunto que estavam tratando.
“E por fim, é assim que acontece.” Uma garota com cabelos loiros e luzes roxas diz, sorrindo. “Pronto. Alguma pergunta?”
“Que nojo!” Um garoto de moicano grita, cobrindo a boca. “Como vocês podem gostar disso?”
“É um tipo diferente de... Coisas!” Uma garota de cabelo curto que estava sentada no chão diz.
“O pior é que o contrário também acontece...” Um garoto de óculos e corte asiático diz, coçando o queixo.
“Ele tá certo.” Nobuko, que estava sentado em uma das mesas com as pernas cruzadas sorri maliciosamente. “Não é mesmo?”
“É verdade...” Outro garoto sorri da mesma maneira.
“Vocês são um bando de...”[1] Jyuu é interrompido pelas duas garotas que chegam esbaforidas e rindo, chamando a atenção de todos.
“O que aconteceu? Viram algum pássaro prateado bater na janela?” Uma garota que estava escrevendo sobre a mesa do professor pergunta.
 Carrie tenta dizer alguma coisa, mas começa a rir freneticamente. Stenfy não conseguia nem mesmo respirar direito, então não estava tentando falar alguma coisa. As duas se afastam da porta e vão para os lugares.
“Quem foi o filho da mãe que colocou tinta no meu gel?!!!” Hilem grita, chutando a porta.
 Seu cabelo, normalmente loiro, estava mal tingido com uma cor entre azul e violeta. Os adolescentes ficam quietos por alguns segundos, mas quando o primeiro começa a rir, todos fazem o mesmo.
 O professor ruge, jogando com força, a maleta de couro em cima da mesa. Ele começa a resmungar, mas sorri quando remexe seus próprios pertences.
“Muito bem...” Diz ele, alongando a sílabas. “Digam logo que foi ou eu atiro.” Ele levanta o revólver prateado, apontando para cima. “E eu boto a culpa em um de vocês.”
“Corta essa, aposto que é um brinquedo.” O garoto de moicano diz, ainda rindo.
“Além do mas, você não teria coragem.” Um outro, sentado ao fundo da sala, completa.
“Algum de vocês vai falar ou querem mesmo apostar que eu não atiro?” O meio loiro diz, com um sorriso psicopata enquanto destrava a arma.
 Todos se silenciam; parecia estar falando a verdade. Porém, ninguém levanta a mão, não queria sentenciar a própria morte.
“Dez... Nove...” Hilem começa a contar, andando em círculos.
 Nobuko joga uma bola de papel em Shio e sussurra ‘O que a gente faz’ para o garoto, recebendo um dar de ombros em troca. Já vira Hilem ter um ataque de raiva antes, e só uma pessoa conseguia acalmá-lo em uma situação assim. Infelizmente, essa pessoa não estava ali no momento.
‘Ah... Não vai acabar bem... ’ Jyuu sussurra, balançando a cabeça.
 Alguns segundos antes do meio loiro chegar à zero, a porta se abre mais uma vez e um homem de cabelos marrom-avermelhados aparece, esbaforido. Ele praticamente escorrega até onde o outro estava e aperta o espaço entre sua clavícula e escápula, o fazendo desmaiar.
“Vai demorar uma hora pra ele acordar. Se ficarem quietos, eu não chamo um substituto.” O homem diz, carregando o outro em seus ombros e indo para fora da sala.
 O silêncio toma conta do lugar por alguns segundos, até que Carrie sobe em cima da própria mesa.
“Como representante dessa sala, digo que vocês podem...” Ela coça o queixo. “Fazerem o que for, mas sem barulho!”
 Era sempre bom ter feito a pessoa mais desequilibrada da sala como representante. Assim, ela conseguiria negociar com o conselho de professores e saberia como armar uma ‘diversão’.
 Os alunos se dividem em grupos e começam a conversar num tom baixo e alegre.
 Nagare olha para o lado, procurando algum grupo; encontra dois garotos tentando descobrir que tipo de inseto havia feito um ninho na janela, junto com algumas outras pessoas. Suspira. Ao contrário de si, ali estava transbordando a felicidade (na maioria por conta de não terem aula de matemática). Sorri. Estar dentro da sala o fazia ter vontade de se tornar feliz e despreocupado como o resto das pessoas ali.
 Ele balança a cabeça. Em que estava pensando? Por que não seria feliz? Tinha uma família que o amava, uma boa casa, dinheiro suficiente para viver bem... O que mais queria?
 Olha para o lado, onde alguns estavam olhando a janela. Shio estava lá, junto com seus dois inseparáveis amigos, os quais não conseguia lembrar o nome ao certo. O garoto parecia sempre estar aproveitando daquele tipo de situação, e mesmo que não pudesse falar, conseguia fazer com que os outros o entendessem.
 Realmente... Como conseguira se apaixonar assim tão perdidamente? Nem mesmo o conhecia direito! Além do mais... Nunca poderia ficar junto a ele, estava destinado à ótima pessoa a qual a sua estrela havia se aproximado.
 Nagare sorri. Acabara de perceber uma coisa muito importante da qual nem ao menos havia se dado escolha. Por que, afinal de contas, precisaria se submeter a aquela maldição idiota? Ele era humano e tinha o direito de agir por si mesmo.
 Stenfy o surpreende, batendo em sua mesa e o retirando de seus pensamentos.
“Ei! Estava pensando em que?” A garota diz, sorrindo.
“Nada de muito importante.” Nagare balança a cabeça. “Vocês querem alguma coisa?”
“Olha, vou ser franca.” Ela sussurra, como se não quisesse que alguém ouvisse. “O que você acha de ir ao encontro as escuras? Alguém que eu conheço quer muito... Conhecer você melhor.”
“Me desculpe.” O garoto de olhos diferentes diz, coçando a nuca. “Eu... Meio que gosto de outra pessoa.”
 Como se fosse um filme, no exato momento em que falara aquilo, toda a sala estava em silêncio.
“Não pode ser!” Uma garota grita, batendo o punho na mesa.
“É sempre assim... Os mais populares vão ganhando as garotas e o resto encalha no mar...” O garoto de moicano suspira, com a cabeça na mesa.
 Shio congela por alguns segundos. Mas o que?! Pensa, enquanto encara a carteira a sua frente, desesperado. Isso com certeza não seria bom; de jeito nenhum!
“Interessante.” Stenfy sorri. “Não acha que seria ótimo se desse uma pista de quem seria essa pessoa sortuda?”
 A maioria dos alunos o encara. Realmente, eles eram muito interessados em fofocas desse gênero.
 Nagare suspira. Não conseguiria fugira daquilo facilmente... Precisava dar uma resposta vaga o suficiente para que não pudessem lhe questionar e ainda sim contasse alguma coisa.
“É alguém dessa sala.” Ele diz, sorrindo.
 Algumas garotas entram em euforia, poderiam ter uma chance de 0,5 % de ser a pessoa escolhida por Nagare. Enquanto isso, Jyuu e Nobuko saem da janela e vão em direção a Shio.
“Cê tá meio estático hoje...” O garoto de cabelo verde comenta, apoiando o cotovelo na mesa do garoto.
‘Acho que é culpa do mal tempo... ’
“Eu também fico meio pra baixo quando está chovendo... Acho que é porque preciso muito da luz do sol pra ter energia.” Jyuu diz, levantando os braços de forma espalhafatosa.
“É mentira. Só precisa dar um pequeno cubo de açúcar que ele consegue fazer os cem metros rasos.” Nobuko sussurra para o outro, o fazendo rir.
“Eu ouvi tudinho... Meu, Querido, irmão!” Jyuu dá um cascudo na cabeça do outro, recebendo um soco em troca.
 Os dois começam uma pequena briga. Shio se vira, procurando onde estaria Nagare, naquele momento. O garoto estava conversando com algumas outras pessoas, como fazia normalmente.

O sinal para o recreio toca. Shio é arrastado da sala pelas duas garotas que estavam lhe ajudando, recebendo encaradas estranhas dos amigos que estavam falando com ele anteriormente.
 O garoto mudo é jogado dentro de uma sala. Carrie liga as luzes do lugar, e pode-se ver que era estranhamente grande e escura.
‘Onde eu estou?’ Shio escreve em uma folha de papel que havia trago consigo.
“É uma ótima sala; nenhum dos professores quer usar um projetor multimídia que é mais velho do que eles.” A ruiva sorri, estralando os dedos.
“Eles nem notaram quando a chave sumiu, há uns três meses atrás.” A outra garota completa, enquanto puxa alguns fios, fazendo um quadro branco cair lentamente e ficar a frente à porta. Enquanto isso, as cortinas de ferro se abrem e mais fios pulam do teto.
“Colocamos algumas... Coisinhas especiais aqui. Sabe, pra podermos usar como quartel general.” Ela se senta no chão, pedindo para os outros fazerem o mesmo. “Podemos conversar à vontade aqui.”
‘Bem... Eu acho que temos... Um problema... ’ Shio aperta as mãos uma na outra.
“Não se incomode com nada, por enquanto. Temos o total controle da situação.” A outra pega um pincel atômico e o gira entre os dedos.
‘Mas você foi perguntar a ele... ’
“Nós não somos tão burras, garoto.” A ruiva puxa um dos fios e um pacote de cookies cai em sua mão. “Aquilo foi para saber exatamente o que ele disse; ou seja, se Nagare gostava de alguém, no momento.”
“Somos profissionais.” A garota se levanta, indo para o quadro branco. “E nós já temos um plano feito.” Começa então a desenhar e escrever algumas coisas nele.
“Por motivos dos quais eu não posso lhe dispor no momento, pois poderia ser presa,  sei que teremos uma viagem programada para semana que vem. Iremos aos meados do Sul para aprender sobre alguma coisa sobre pedras e ficaremos hospedados em um grande hotel da região, o Plaza de Pitàfio.” Ela circula o nome em negrito.
“Infelizmente, o hotel não possuí muitos quartos, então seremos divididos em duplas aleatórias.” Sorri. “Tão aleatórias que fizemos você e o Nagare ficarem no mesmo quarto.”
‘Vocês são muito boas nisso. Deveriam tentar investir... ’
“Só conseguimos nos concentrar em coisas que nos interessem.” Stenfy dá de ombros.
“E isso não ajuda muito quando a única coisa que interessa é... Bem, casais ‘diferentes’ do comum.” Carrie completa. “Mas já vamos avisando...”
“Isso é tudo que podemos fazer. O resto fica por sua conta, entendeu?”
‘OK. Eu vou dar o melhor de mim!’

 Nagare se esgueirava pelos corredores brancos da escola, a procura de duas pessoas em especial. Havia decidido tomar a iniciativa em relação aos seus sentimentos, mas não conseguiria falar diretamente com Shio, precisava de alguém que fosse próximo do garoto.
 Lá estavam, virando para o portão de saída da academia Rouzaku; os dois melhores amigos de Shio, e agora, seus futuros informantes.
“Jyuu! Nobuko!” O moreno coloca as mãos nos ombros de cada um, sorrindo amigavelmente.
“Hum? O que você quer com a gente?” O loiro pergunta, estranhando a felicidade do garoto.
“Eu preciso de um favor de vocês dois...!” Seu sorriso vira uma cara de cãozinho.
“Fale, criança, não temos o dia inteiro.” Nobuko suspira.
“Vou ser bem franco.” Nagare encosta o dedo médio na ponta dos lábios. “Me contem tudo o que sabem sobre o Shio.”
 Os dois irmãos se encaram e então, soltam uma risada abafada.
“E por que você quer saber disso, senhor popular?” Jyuu brinca, em tom de deboche.
“Tenho a leve impressão de que ele quer se apossar do nosso Shio.” O garoto de cabelos coloridos ri, em tom baixo.
“Vamos lá!” Nagare fica a frente dos dois. “Olha, essa é a primeira vez na minha vida que EU começo a gostar de alguém. Eu pensei que vocês, como parecem tão experientes e adultos, poderiam me ajudar...”
“... Aceitamos.” Os dois dizem juntos, depois de se entreolharem.
“Mas só porque você parece empenhado nisso!” O loiro diz, pegando uma barra integral do bolso da mochila e mordendo-a.
  O moreno sorri, acompanhando-os. Não pensara que iria ser tão fácil convencer aqueles dois, mas aquele parecia ser um de seus dias de sorte.
 Nobuko morde a barra do irmão, fazendo-o puxá-la para longe.
“Yark! Eu já não disse pra parar de morder o que eu to comendo, droga!?” Jyuu dá uma cotovelada no estômago do outro.
“Eu sempre vou te provocar, esqueceu?” Nobuko sussurra no ouvido do outro.
“Er... Posso perguntar uma coisa?”
“O que foi?”
“Vocês dois...” O garoto aponta para eles, balbuciando.
“Não. Só irmãos.” Nobuko dá de ombros.
“Além do mas...” Jyuu aponta o dedão para o irmão. “Ele dá em cima de mim só pra fazer cena.”
“Assim você me faz parecer um distorcido!” O irmão bate a cabeça na do outro, o fazendo resmungar alguma coisa. “Eu sou só uma pessoa ‘muito amigável’, ouviu?” Ele diz a Nagare.
 O garoto ri daquela situação. Não sabia por que, mas aquilo lhe trazia um sentimento de nostalgia muito profundo... Talvez fosse só impressão.


  Uma semana se passa. Nagare passara alguns dias da semana com os amigos de Shio. Esse, pelo contrário, passara a semana tomando nota de tudo sobre o seu alvo, procurando algo que pudesse usa para a viagem.
 O professor de Geografia entra na sala, segurando alguns mapas em baixo do braço e arrumando os óculos. Pega, então, um pincel atômico e começa a escrever no quadro.
“Olha, não fiquem alvoroçados, mas...” Ele arruma os óculos. “Vocês terão uma viagem nessa sexta-feira.”
 Alguns alunos comemoram, sussurrando felizes alguma coisa ou fazendo ‘yeah’ e movimentando o cotovelo para trás.
“Vocês vão para Ishigake, estudar sobre as formações rochosas e os tipos de solo daquele lugar. A taxa de inscrição é de 120 ¥, paguem até quinta-feira.” Ele escreve as datas no quadro, com o marcador vermelho. “Então, está dado o aviso.” Cortando a chance de algum comentário, o professor começa a escrever o roteiro da aula.
 O riscar frenético de canetas preenche o lugar, juntamente com os suspiros zangados.
 Com o sinal do fim da aula, o homem de óculos vai embora, enquanto Hilem entra na sala.
 Diferentemente dos outros dias, o loiro coloca sua mochila em cima da mesa com cuidado, retira uma maçã e se senta.
“B-Bom dia, professor...” Um aluno arrisca dizer.
“Só se for pra vocês.” Ele resmunga, se levantando, enquanto massageia as têmporas. “Eu fiquei a noite toda corrigindo suas provas, agora tô com uma dor de cabeça foda...” Suspira. “Então, se ficarem quietos, eu entrego as provas e dou o resto do tempo livre, sem dever de casa ou outra coisa.”
 Obedecendo, todos os alunos ficam quietos, esperando serem chamados para receberem a nota do teste.
“Ah, uma coisa...” Hilem fala, após entregar a última prova. “Já falaram sobre a viagem aqui, não é?”
 Os adolescentes concordam.
“OK, assim eu não preciso explicar muita coisa.” Ele junta as mãos e as coloca em frente ao rosto. “Em cada prova há um letra, escolhida ao acaso por mim. Encontre a outra pessoa com essa mesma letra, ela será sua parceira durante a viagem, incluindo com divisão de quartos.”
 Todos correm eufóricos, a procura de seus pares. Stenfy e Carrie sorriem uma para outra; já sabiam que estariam juntas e que Shio estava ‘aleatoriamente’ com Nagare.
 A sala já estava dividida no formato das duplas. Jyuu estava conversando com Yabu, uma garota de pele escura e cabelos longos. Nobuko havia ficado com Kisha, uma garota indiana que estava usando um poncho de tecido fino sobre os ombros. Trisha, sua irmã gêmea, estava pintando de pretos as unhas de seu parceiro, Kai, o garoto de moicano.
 A maioria dos sussurros e comentários eram sobre a dupla que estava sentada em um dos cantos da sala. Algumas garotas olhavam para aqueles dois com um olhar feroz e mortal, mas o mundo parecia não incomodar os garotos.
‘Espero que possamos nos divertir. ’ Shio escreve em uma das folhas de seu caderno. Não era nenhuma surpresa ele estar ali com Nagare.
“O mesmo daqui.” O outro sorri. Estava surpreso e feliz pela “sorte” que tivera.
 Nos quarenta minutos em que Hilem dormiu em sua mesa, os alunos conversaram sem parar. Fora até estranho que nenhum dos coordenadores tivesse passado por ali e encontrasse o caos que se encontrava lá.

 Os dias se passam, e chega a tão esperada viagem. Quando todos terminam de subir, o motorista dá partida e o ônibus começa a andar.
“Aqui tá muito quente, porra...” Uma garota vestida toda de preto reclama, chutando o banco a sua frente.
“Você que quis vir com essa roupa, então sofra as consequências.” A sua dupla implica.
“Ela tá certa, coisa! Aqui tá mais quente que o inferno!” Carrie grita.
“É que nossa escola é pobre demais pra comprar um ônibus com ar condicionado!” Nobuko grita para a garota, do fundo do veículo.
“Eu vou morrer de calor!” Kai também grita, tentado fazer uma brisa com o leque que segurava.
“Por que não contamos alguma coisa? Isso vai nos distrair do calor!” Nagare sugere, levantando-se.
“OK, alguém aí conhece uma boa música?!” Stenfy grita, se apoiando no encosto da poltrona.
“Eu sei uma!” Jyuu se levanta, abrindo uma capa preta e revelando um violino. “Acho que todo mundo conhece a letra!” Ele apoia o pé no encosto para os braços da poltrona e começa a tocar.
“Eu joguei, disse que sim;
Uma pedra no jardim;
Matei o gato da vizinha,
Ah, se a culpa fosse minha!
Ah se a culpa fosse minha!
Tentei depois enterrá-lo
Mas acabei com um galo;
Joguei gelo e funcionou,
Ainda bem, melhorou.
E uma noite percebi,
Acabei de descobrir
Nada tinha acontecido
E nem o gato, morrido.
E nem o gato morrido.”
 Os adolescentes acompanham, fazendo os sons de fundo com a boca e tentando não se perder no ritmo frenético e estranho da música.

 Não muito longe, Quatro adultos estavam enfurnados num carro, seguindo para Ishikage.
“Eu queria dirigir...!” Hilem geme, raivoso, no banco de trás do carro.
“Hoje está um dia quente e com um transito pesado, o que iria te estressar. Você sabe o que acontece se você estiver estressado?” Ales pergunta, retoricamente, enquanto levanta os óculos que teimavam em descer para seu nariz.
“Além do mais, eu não quero que você bata o meu carro.” Kasanoa diz, fazendo a curva.
“Explique-me de novo, Kasa, por que precisamos de disfarces?” Dwiea pergunta, amarrando o cabelo, que tingira de preto temporariamente.
“Um, eu não quero ser incomodado por nenhum dos alunos, nem o Hilem. Dois, é uma ótima oportunidade para vermos quem acertou a aposta.” O professor sorri, maliciosamente.
O meio ruivo suspira enquanto retira a sua blusa. “Não dava pra vocês virarem o ar condicionado pra cá não? Está mais quente que um forno aqui.”
“Nem vem!” Dwiea mostra a língua para o outro, colocando o rosto na frente da saída do ar condicionado.
“É impressão minha ou somos piores do que crianças?” Kasanoa pergunta, sendo imediatamente respondido com um “Sim!” sinfônico.
“Quanto tempo vai demorar a viagem?” Hilem pergunta, se apoiando no peito nu do namorado.
“São três horas, direto.” O motorista faz mais uma curva.
“Podemos cantar para passar o tempo?” Dwiea pergunta, repentinamente.
“O que você quer cantar?” Ales pergunta enquanto afaga o cabelo do loiro, que havia desabotoado a blusa.
“É uma música antiga! Mas aposto que vocês lembram muito bem!” O temporariamente moreno sorri, começando a canção e sendo acompanhado pelos outros.
“Não tente levar a mal
Nós somos só um sinal
Se viermos lhe buscar
Já está pra acabar
Sua vida vou levar
E com as cores, definhar...”

 Os quatro riem. Não cantavam aquilo há muito tempo.
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[1] Há! Alguém conseguiu adivinhar sobre o que estavam falando? Aposto que não, porque acabou ficando muito bem maquiado... Bem, aqui vai uma pista: Os dois começam com Y!

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Há! Nós somos muuuuuiiiiittto maus! Só para demorar mais um pouco, vamos dividir o último capítulo em duas partes! Podem apostar, foi só por que estávamos com vontade de deixar vocês na espectativa~xD Bem, é tudo por hoje. Só avisando, a promoção ainda está de pé, ouviram? Para mais detalhes, vão ao capítulo com tag "promoção"ou algo do gênero e3e. Bem, até mais!

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