sábado, 23 de julho de 2011

Dores Reais III

 Tempo, tempo... Muita coisa tá precisando de tempo... Mesmo que eu tenha, preciso esperar por algumas pequenas coisas, o que me impede de postar. Desculpem. Sem mais delongas, vamos para a história final.

Cronômetro

  Estava em um quarto pequeno e sem muita iluminação. A única lâmpada do lugar oscilava no teto, presa por alguns fios e sua luz já não conseguia permanecer forte por menos de alguns segundos. Seus olhos tentavam se acostumar a aquele cenário, piscando freneticamente.
O garoto tenta masagea-los com as mãos, mas percebe que estas estavam atadas e presas a cadeira na qual se sentava. Seus pés estavam igualmente presos  e sua boca encontrava-se coberta por uma tira de feltro.
“Eu... Eu não queria fazer isso... Mas...” Um garoto loiro, vestido com uma blusa de malha fiada e um short extremamente curto de couro preto, fala com voz chorosa. “Eles não me deixariam... Não me deixariam morrer com você.” Ele apoia a cabeça nas pernas do outro.
 Tenta sorrir para acalmar o garoto que agora derramava lágrimas em suas pernas. Vê-lo daquele jeito o deixava triste, além de lembrá-lo que iria deixar a única pessoa que se preocupara consigo neste mundo.
 O garoto loiro se levanta e desprende a fita que estava na boca do outro. “Bask... Meu coração dói... Sinto-me culpado por ter... Lhe envolvido em meus pecados...”
“Não se culpe. Eu que me comprometi em lhe seguir,e não me arrependerei nunca do que fiz.” O moreno repreende ao outro. “Eu nunca, vou me arrepender de ter feito tudo para estar com a pessoa que eu amo, Nikky.”
“Eu não mereço ser amado... Sou uma pessoa suja e um pecador sem opção de voltar.” Diz, subindo na cadeira onde estava Bask e se sentando de frente para ele.  
O outro só sorri, tentando aconchegá-lo em seu ombro, mesmo sem usar as mãos. A dor de estar a ponto de perder aquele que posicionava-se a sua frente o fazia ter vontade de chorar; ele morde o lábio. Não poderia mostrar sua tristeza na frente de Nikky.
“... Não posso demorar... Eles poderiam vir até aqui...” O loiro puxa um revólver de caráter antigo de dentro de seu short. “Saiba que você estará agora presenciando a minha primeira e última boa ação.” Ele passa suas mãos pelo pescoço do outro, aproximando seu rosto.
“E você, saiba que suicídio também é pecado.” Bask ri.
“Eu nunca soube muito de religião... Mas acho que levar um assassino para o inferno pode ser considerado uma coisa boa.” O garoto se aninha ao peito do outro mais uma vez e o beija, disparando a arma em direção a sua nuca.
 O projétil caí no chão, fazendo um som metálico. Uma poça de sangue se forma em baixo da cadeira.
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 E, bem, é o fim. Acho  que esse foi o menor conto que já escrevi... Bem, como é o último, irei colocar os dois comentários. 

-Nada infinito
 Gosto de pensar que quando morrer irei para um lugar onde não existe nada. Além disso, já havia preparado um roteiro para essa estória, mentalmente, um dia. Sobre os personagens, preferi não usar nomes muito complicados, por mais que fique estranho, na verdade, fiz isso nas duas últimas estórias. O enredo de Nada infinito é simples: Rïzo se sente miserável por não conseguir matar Irezumi, e por ter se apaixonado por ele. Irezumi tem uma veia sádica e faz Rïzo reviver em todas as vezes que o garoto o tenta matar e acaba morrendo.
-Cronômetro
 Essa estória foi feita as pressas e terminada da mesma maneira. Não passava ou passou de um simples ‘epitáfio’ para terminar a série de uma maneira mais sombria. Talvez, se tivesse mais tempo, ou vontade de voltar a essa estória, poderia colocar um começo mais extenso. O enredo, basicamente é: NIkky é um tipo de pessoa que faz ‘trabalhos diferentes’ para certas ‘impresas’, ele acaba se apaixonando por Bask, que não participava de seu mundo, e o envolve naqueles dias sombrios. Não é algo muito complicado.

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 Ah, Gegana, quanta coisa... E ainda tem mais um pouco pela frente, tenham paciência. Agora que a primeira série de One shots acabou, irei começar com algum trabalho maior, mesmo que ainda não tenha me decidido sobre qual postar. Considerem que o blog ficará mais algum tempo em hiatus de histórias, já que estarei arrumando algumas sessões novas nele.
  Então, antes que acabe perdendo o foco, vamos a frase de final: 

"As palavras que são um mundo para o assiduo leitor podem ser uma prisão fria para seu escritor. Ou seria o contrário?"