quarta-feira, 16 de março de 2011

Coleção de Oneshots: Dores Reais II

 Mudei a cor do blog, assim como o desing, então decidi postar a próxima One Shot da série dores reais. Mas, antes disso: gosto sempre de comentar as estórias que faço, mas esqueci de colocar esse bloco no último post, então, está aqui.

"Dor lasciva
Eu comecei com a simples ideia de suicídio. Nunca havia escrito algo sobre suicídio antes, e isso já estava me fazendo ter calafrios de agonia. Para conseguir me convencer a escrever, foi necessário alguma desculpa, e no fim das contas, decidi fazê-la como um ‘início paralelo’ de uma das minhas estórias... (que por acaso não terminei ainda.) Então, não posso descrever muito os personagens."

 Agora, vamos à estória de hoje:

Nada infinito

 Não era escuro, mas não enxergava. Não estava quente, e também não estava frio.  Sentia-se vazio ao mesmo tempo que estava cheio. A gravidade não existia.
Era um nada infinito.
 Não sabia onde estava, exatamente, mas sabia por que estava lá.
Havia morrido.
 O moreno se revira, tentando ficar de pé, ou tentando procurar algum chão, sem obter sucesso. Flutuava sem sair de seu lugar, ou pensava que não estava se movendo, pois ali não havia dimensão ou profundidade.
Ele suspira. É claro que não imaginava ir para um lugar onde anjos tocassem trombetas de ouro e portões prateados o aguardassem sempre abertos. Sabia que o que fizera em sua curta vida o tiraria o prazer do céu. Mas, ir para o nada era uma opção estranha.
 A visão de outra pessoa, sentada em meio a aquele nada lhe assusta por alguns segundos. O outro acena quando o avista e começa a caminhar até que ficassem mais próximos.
“Olá!” O outro garoto diz, sorrindo.
 Parecia ter por volta de 19 e 20 anos.  Seus olhos eram verde-amarelados, profundos o suficiente para hipnotizar alguém.  Seu cabelo, por outro lado, era cinza, como o de um pequeno rato.
“Sou Irezumi.” Ele estende a mão.
“Rïzo.” O outro a aperta.
“Você, também morreu, não é?” O garoto se senta. “Consegue lembrar o que fez?”
“Mas é cla-“ Ele tenta relembrar o que fizera, mas nada vem a sua mente. Era estranho, momentos atrás tinha certeza de que parara ali por algum motivo... Sabia exatamente o que havia feito... Mas agora não conseguia se lembrar de nada.
“Você também não lembra... Ótimo.” O garoto com cabelos de rato suspira.
“Pelo menos sabemos nossos nomes...” Rïzo também se senta.
 Os dois permanecem se encarando. Não faziam ideia de quem eram, exatamente, e consequentemente, não poderiam saber por que estavam sozinhos ali.
“Consegue se lembrar de como era... O mundo?”
“Me lembro do sol. Me lembro que tinham pessoas felizes.” Diz, depois de se esforçar por um tempo.
“Você deve estar aqui há menos tempo que eu. Já não consigo me lembrar de nada, além do meu nome.”
“Há quanto tempo então...”.
“Não faço a menor ideia. Mas foi tempo o suficiente para perceber que não sairia daqui facilmente.” Irezumi diz, enquanto aperta alguns dedos à palma da mão.
O outro concorda. Sair daquele vazio seria impossível.
“Eu queria poder saber... O porquê de você estar aqui. Não acho que seja pura coincidência.”
“O mesmo desse lado.” Rïzo se deita, fechando os olhos. “Não gosto de pensar que passarei a eternidade assim.”
“Bom saber que não gosta da minha presença.” O garoto continua sentado.
“Não leve a mal. Eu só preferia...” Ele abre os olhos. “... Não sei o que quero...”.
“Você vai se esquecer de tudo.” O garoto rato passa os dedos sobre a testa do outro, afastando um pouco do cabelo negro.
“Como sabe disso?”
“Já estou aqui há muito tempo, e olha o que aconteceu comigo.”
“Entendo.” Ele se levanta. “Faça isso de novo.”
“Isso... O que?” Irezumi pergunta, virando a cabeça.
“Isso.” O garoto puxa uma das mãos do outro para a sua testa. “Quente.”
“É... Quente.” Ele desce sua mão para o coração do outro. “Principalmente aqui.”
“Coração. É onde está o meu coração.” Rïzo diz, se esforçando para lembrar-se das palavras. Sua cabeça estava girando mais do que nunca, era como se estivesse sendo puxado de lá.
“Então isso é bom. Você está vivo.” O garoto se encosta no peito do outro, ouvindo os batimentos de seu coração. “Acho que vai sair daqui.”
 Não tivera tempo de responder. Tudo começou a escurecer e logo estava em um lugar cinzento e frio. Conseguia ouvir vozes de outras pessoas, mas estavam longe... Sumindo.
 Abre os olhos, arfando. Estava deitado em uma cama de hospital; em seu braço direito havia uma pequena agulha de soro e a metade de seu rosto estava enfaixada.
 Ele sorri. Havia caído de um penhasco tentando matar a pessoa que mais odiara, e que mais amaria em sua vida.
“Ah... Você acordou.” Um garoto com cabelos cinza e olhos verdes profundos estava deitado, ocupando a borda da cama diz, sorrindo. “Bem vindo de volta, Rïzo.”
“Quantas vezes eu vou precisar morrer para matar você?” Ele segura o pulso do outro, tentando torcê-lo.
“Tantas que você nem imagina.” O garoto beija a testa do moreno. “E eu vou te fazer voltar á vida, em todas essas vezes.”

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Então, gostou dessa estória? Comente! Sempre estarei feliz em saber que alguém aprecia as minhas criações. Não gostou? Sugira alguma melhoria! Posso até mudar um pouco o texto, se for uma ideia boa!

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De agora em diante, terminarei os posts com alguma frase random. Por quê? Ha... Eu gosto de frases randons! Então, aí vai a frase de hoje:
 " Humanos oram para Deus. Deus ora para Chuck Norris."