Mas, então... O que fazemos aqui? Nem tudo são notícias sem graça! Viemos postar mais um Doujinshi para o site!
Além disso, precisamos agradecer a uma pessoa super especial! Yaaayyyy!! Sabemos que isso poderia soar meio estranho para essa pessoa, mas... Meio que dedicamos essa história a você! Se não fosse você, o site provavelmente ficaria fechado por mais um bom tempo... Agradecemos a você, Otoshigami-san!
Agora, sem mais delongas... Vamos ao Doujinshi!
One Wish
Os dois irmãos jogavam
cartas dentro do trem. “Royal Straight flush!” Ed grita, mostrando o par de
cartas. “Não acredito!” Al despeja seu deck na mesa, incrédulo de ter perdido
três partidas seguidas para seu irmão. “Eu sou o mestre nesse jogo!” O mais
velho se vangloria, levantando um dos braços. Algumas cartas caem de dentro de
sua manga, sem que perceba. “Trapaceiro!” O outro grita, jogando todas as
cartas de plástico para cima. Os dois começam a rir.
Mesmo sendo noite, ainda
estavam no trem. Ed dormia tranquilamente em um dos bancos, enquanto Al
observava as estrelas que passavam pela janela. Vira-se para o lado ao ouvir
alguma coisa cair. Olha para baixo, reconhecendo o relógio de prata dado pelo
exército. Do jeito que era, não duvidava de que seu irmão havia esquecido de
colocá-lo no cinto. Sorri, pegando o objeto prateado e abrindo-o com os dedos.
Surpreende-se quando
Alguém segura seu pulso com firmeza. Poderia ter perdido o tato, mas conseguia
ver aquela mão estagnada no local. “Não mexa nisso.” Seu irmão o repreende,
puxando o objeto para si e voltando a dormir.
Alphonse
acorda desesperado, jogando as cobertas para o lado e pulando da cama
assustado, como sempre. Suspira. Todas as noites, dentre tantos sonhos, tinha
aquela mesma lembrança. Não sabia o porquê disso, já que analisando a cena, não
era nada em especial.
O garoto senta-se em sua cama,
relaxando. Aquele seria mais um dia árduo de trabalho e treino de alquimia,
mas, valeria à pena. Se continuasse progredindo em uma velocidade constante, logo
logo encontraria um jeito de ver seu irmão.
Sorri. Ainda não conseguia lembrar-se
de nada que se passara enquanto estavam viajando pelo mundo, a não ser o que
via em seus sonhos. Isso o deixava com raiva, mas também o motivava para poder
seguir em frente. Além disso, o seu único desejo era poder rever seu irmão.
— Al! O
café está na mesa! — Winry grita da cozinha.
Pega uma roupa nova para usar
durante o dia, alguma coisa bem comum como uma blusa branca e uma calça preta.
Encontra suas botas embaixo do armário, mesmo não sabendo como elas haviam
parado lá.
Move suas mãos para o cabide atrás
da porta, mas para repentinamente. O que estava pendurado ali, a frente de seus
olhos, era a única e mais preciosa lembrança que Edward havia lhe deixado: Sua
capa vermelha.
Coloca-a sobre os ombros, tentando
mantê-la estável. Abre a porta, indo para a cozinha tomar seu café da manhã.
—
Bom dia, Alphonse. — A garota o recebe, enquanto coloca os pratos na mesa. Rose
já estava sentada, como sempre, junto com seu bebê.
—Dia,
Winry-san. — Sorri. Ela era uma de suas amigas, além de que as vezes, lhe
contar algumas histórias sobre seu irmão.
—Bom
dia vocês dois... — Pinako entra na cozinha junto a com a nuvem de fumaça vinda
de seu cachimbo.
Desde que Ed havia ido, os cinco
viviam juntos como uma família. Eram felizes sim, mesmo que ainda sentissem
falta do outro.
—Obrigado
pela comida! — O garoto se levanta, arrastando a cadeira.
—Comer
assim tão rápido vai fazer mal para o seu... — Winry desiste, vendo que ele já
havia saído para treinar com a sensei. —Nunca me escuta.
—Ele
é um garoto energético, assim como o irmão. O que você esperava? — Pinako bate
o fino cabo de madeira entre os dedos.
—É
né... — A garota suspira, com os cotovelos apoiados na mesa.
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—Como
foi o seu dia, Ed? —Alphonse pergunta, entrando no carro e guardando seu
chapéu.
—Ah,
cê sabe, o de sempre. — Edward sorri, apoiando um dos cotovelos no banco.
—Derrotando vilões e tudo mais.
—Sei,
sei. — O outro ri. Estava acostumado com as histórias malucas sobre o outro
mundo que seu motorista lhe contava de vez em quando. A ideia de um lugar onde
todos poderiam ter “poderes mágicos” chamados de alquimia era divertida, mesmo
que impossível.
—Então...
— Ele volta a segurar o volante com as duas mãos. — Para onde vamos?
—Para
casa, felizmente não tenho nada mais para fazer hoje. — Ele apóia a cabeça no
banco, fechando os olhos.
Edward liga o carro, dirigindo-se
para casa. Seria uma hora de viagem, já que não poderia acelerar muito na
estrada de terra.
—Ei,
vo... — Para de falar quando nota que outro havia dormido. Sorri. Com certeza
aquele fora um dia cansativo. Sabia que estava no final de algum projeto
importante, Alphonse havia lhe contado há alguns dias atrás.
Fazia dois anos desde que estava
ali. Já havia se acostumado com o ambiente e com as pessoas dali, mesmo que o
lugar fosse totalmente contrário a sua terra natal. Conseguiria viver sem
qualquer problema. Mas, ainda tinha uma coisa da qual sentia falta: seu irmão.
Por mais que estivesse com aquele
Alphonse, e esse fosse idêntico ao outro, era diferente. Aquela não era a
pessoa que lhe acompanhara nas aventuras e salvara sua pele várias vezes.
Aquele não era seu irmão. Aquela não era a pessoa que amava.
O carro dá uma derrapada, graças a
uma pedra que estava no meio do caminho. Ed estabiliza o veículo, sendo
abruptamente tirado de seus pensamentos.
Ficar relembrando não ajudaria em
nada, já havia decidido que faria de tudo para voltar. Não poderia perder tempo
se lamentando. Não importa o quanto demorasse, ou o quanto difícil fosse, veria
seu irmão novamente.
Uma voz em sua cabeça o lembra.
Dessa vez, teria coragem de falar o que sentia. Mesmo que fosse inesperado, era
algo que precisava fazer.
Sempre que pensava nisso, sentia-se
inseguro. Acreditava que Al estava bem do outro lado do portão, mas, não sabia
nada além disso. E se ele tivesse se esquecido do que haviam passado? E se não
se lembrasse nem mesmo de seu nome? Ou pior, se houvesse se esquecido de seu
irmão?
Todas aquelas perguntas sempre lhe
atormentavam. Estava rezando para que conseguisse encontrar uma maneira de
voltar para Rizempoo o mais rápido possível. Assim conseguiria tirar tudo
aquilo de sua cabeça.
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Alphonse segura a pequena foto
contra a luz, como se tentasse fazer com que ela parecesse mais nítida. Era uma
foto de quando ele, Winry e Ed eram crianças, antes de sua mãe morrer, é claro.
Sabia disso por que boa parte de sua memória já havia voltado. Segura o objeto
contra o peito.
Aperta os olhos com força, impedindo que lágrimas tentassem
surgir. Quase não conseguia aguentar, estava precisando de seu irmão. Queria
poder vê-lo novamente, ali, na sua frente, com aquele sorriso idiota de sempre,
dizendo: “Venha logo, Al! A gente vai perder o trem!” ou “Não acho que estou
comendo demais!” e “Nunca vou beber leite! Nunca!”
Um riso escapa de sua boca, contrariando o que estava
sentindo. Talvez nunca pudesse se lembrar totalmente do tempo que passaram
juntos, mas, as memórias que tinha continuariam sendo insubstituíveis.
Mas nunca se comparariam a ter seu “Ed-onii-san” ali.
Encolhe-se, formando uma bola. Não sabia exatamente o porquê,
mas, o vazio que sentia dentro de si quando pensava em seu irmão era grande demais.
Sentia como se uma parte de si mesmo estivesse faltando. Como se houvesse
deixado o que estava faltando com Ed.
Quanto tempo mais precisaria esperar? Mesmo treinando e
estudando teorias novas a cada dia, não conseguia chegar perto de uma solução.
Sabia que faltava alguma coisa. Já havia se decidido que não tentaria fazer uma
transmutação humana, como fizera com sua mãe- não poderia arriscar perder o
corpo que o outro lhe dera com tanto sacrifício.
Mas, encontraria uma maneira de trazê-lo para esse lado do
portão. E, quando fizesse isso, finalmente poderiam ficar juntos de novo.
Agora, poderia até mesmo sentir o calor de suas mãos, ou o frio de seu automail...
Lembra-se de uma noite em que ele e Ed brigaram. Não sabia
muita coisa, só alguns cortes de diálogo como:
“Não me pergunte mais
sobre isso!” O mais velho empurra o outro para longe. “Mas, nii-san...” Seu
lamento paira no silêncio. Sabia que havia feito algo errado, porém... Aquela
dúvida que guardava em seu coração o estava matando por dentro, ainda mais
naquela situação.
Era tudo muito confuso. Na verdade, nem tudo. Os únicos
fragmentos que lhe incomodavam eram aqueles dois. Tinha a sensação de que
estavam conectados de alguma maneira... Sentia que, quando resgatava aquelas
memórias, alguma coisa dentro de si tentava sair. Mas não fazia a menor ideia
de como deixá-la sair.
Tudo aquilo já estava acima de sua compreensão. Não
adiantava quebrar a cabeça com isso, precisava se concentrar em encontrar uma
maneira de abrir o portão.
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Depois de tanto tempo esperando por esse momento, não sabia
o que fazer. Todo seu treinamento e esforço a havia levado para o que queria.
Ali, a sua frente, a pessoa mais importante de sua vida o olhava igualmente
paralisado.
Edward tenta falar alguma coisa, mas as palavras se perdiam antes
de chegarem a sair. Não sabia como lidar com tamanha felicidade que percorria
seu corpo intensamente. Desiste de tentar se esclarecer com palavras, passando
seus braços pelos ombros do outro, em um abraço terno. Tudo aquilo que havia
lhe deixado aflito parecia se dissolver rapidamente só com o toque.
—Irmão...
— Al aperta seus dedos contra o outro, como se pudesse impedi-lo de escapar
novamente. —Irmão...
—Al...
— Finalmente faz com que algo saia de sua boca. Estica os braços, admirado. Não
havia nenhum arranhão, nenhuma cicatriz. Havia conseguido devolver o corpo ao
seu irmão, exatamente como era antes.
Alphonse sente uma pontada em sua
cabeça. Era uma memória, mas... Diferente das outras, era só uma frase. Ou
melhor, não passava de três palavras. Sorri por dentro; eram exatamente aquelas
palavras que tiravam suas dúvidas. Agora sabia o que estava preso dentro de seu
coração há tanto tempo.
—Vamos
para casa, irmão? — Pergunta a Ed, sem soltar sua mão.
—É
claro! — Ele sorri da mesma maneira idiota de sempre. — A Winry vai brigar com
a gente se ficarmos aqui!
Os dois caminham lentamente pela
estrada de pedregulhos, sem dizer uma só palavra. Não precisavam. A felicidade
que sentiam era tão simples que não precisava ser dita. Já estava lá.
—Ah,
quase esqueci... — O irmão mais novo pega algo em seu bolso. —É seu. — Entrega
o objeto.
— Obrigado.
— Levanta o relógio de prata contra o sol, fazendo-o brilhar.
Chegam a casa, sendo recebidos com a
euforia que esperavam. Winry chorava de felicidade, mesmo depois de ter batido
em cada um dos garotos com sua chave de fenda.
Ed vai para o quarto. Quanto mais
cedo guardasse as coisas que havia trago, melhor. Coloca sua mala em um dos
cantos, enquanto o automail reserva ficava atrás da porta. Tira o casaco,
colocando-o no cabide. Vira-se para sair, mas volta atrás. Pega o objeto
prateado no bolso do casaco, retirando o selo de alquimia com cuidado e
abrindo-o.
Sorri. Talvez chegasse o dia em que
pudesse mostrar aquilo para Al. Mas, agora, iria aproveitar enquanto estava
ali. Sai, fechando a porta e voltando para a cozinha.
O bilhete de papel dentro do relógio
de prata escorrega para fora. Nele, só havia escritas três palavras, simples o
suficiente para resumir o que sentia.
Eu
te amo.
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E, é isso! Esperamos que tenham gostado e, até a próxima vez!
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