quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Há quanto tempo! + Surpresa!

 Há quanto tempo mesmo! Desculpem-me por demorar tanto e... Eu sei que vocês vão querer nos matar por isso, mas, ainda não voltamos completamente! *fugindo das pedras*
 Mas, então... O que fazemos aqui? Nem tudo são notícias sem graça! Viemos postar mais um Doujinshi para o site!
 Além disso, precisamos agradecer a uma pessoa super especial! Yaaayyyy!! Sabemos que isso poderia soar meio estranho para essa pessoa, mas... Meio que dedicamos essa história a você! Se não fosse você, o site provavelmente ficaria fechado por mais um bom tempo... Agradecemos a você, Otoshigami-san!
 Agora, sem  mais delongas... Vamos ao Doujinshi!



One Wish


Os dois irmãos jogavam cartas dentro do trem. “Royal Straight flush!” Ed grita, mostrando o par de cartas. “Não acredito!” Al despeja seu deck na mesa, incrédulo de ter perdido três partidas seguidas para seu irmão. “Eu sou o mestre nesse jogo!” O mais velho se vangloria, levantando um dos braços. Algumas cartas caem de dentro de sua manga, sem que perceba. “Trapaceiro!” O outro grita, jogando todas as cartas de plástico para cima. Os dois começam a rir.
Mesmo sendo noite, ainda estavam no trem. Ed dormia tranquilamente em um dos bancos, enquanto Al observava as estrelas que passavam pela janela. Vira-se para o lado ao ouvir alguma coisa cair. Olha para baixo, reconhecendo o relógio de prata dado pelo exército. Do jeito que era, não duvidava de que seu irmão havia esquecido de colocá-lo no cinto. Sorri, pegando o objeto prateado e abrindo-o com os dedos.
Surpreende-se quando Alguém segura seu pulso com firmeza. Poderia ter perdido o tato, mas conseguia ver aquela mão estagnada no local. “Não mexa nisso.” Seu irmão o repreende, puxando o objeto para si e voltando a dormir.
            Alphonse acorda desesperado, jogando as cobertas para o lado e pulando da cama assustado, como sempre. Suspira. Todas as noites, dentre tantos sonhos, tinha aquela mesma lembrança. Não sabia o porquê disso, já que analisando a cena, não era nada em especial.
            O garoto senta-se em sua cama, relaxando. Aquele seria mais um dia árduo de trabalho e treino de alquimia, mas, valeria à pena. Se continuasse progredindo em uma velocidade constante, logo logo encontraria um jeito de ver seu irmão.
            Sorri. Ainda não conseguia lembrar-se de nada que se passara enquanto estavam viajando pelo mundo, a não ser o que via em seus sonhos. Isso o deixava com raiva, mas também o motivava para poder seguir em frente. Além disso, o seu único desejo era poder rever seu irmão.
Al! O café está na mesa! Winry grita da cozinha.
            Pega uma roupa nova para usar durante o dia, alguma coisa bem comum como uma blusa branca e uma calça preta. Encontra suas botas embaixo do armário, mesmo não sabendo como elas haviam parado lá.
            Move suas mãos para o cabide atrás da porta, mas para repentinamente. O que estava pendurado ali, a frente de seus olhos, era a única e mais preciosa lembrança que Edward havia lhe deixado: Sua capa vermelha.     
            Coloca-a sobre os ombros, tentando mantê-la estável. Abre a porta, indo para a cozinha tomar seu café da manhã.
— Bom dia, Alphonse. — A garota o recebe, enquanto coloca os pratos na mesa. Rose já estava sentada, como sempre, junto com seu bebê.
—Dia, Winry-san. — Sorri. Ela era uma de suas amigas, além de que as vezes, lhe contar algumas histórias sobre seu irmão.
—Bom dia vocês dois... — Pinako entra na cozinha junto a com a nuvem de fumaça vinda de seu cachimbo.
            Desde que Ed havia ido, os cinco viviam juntos como uma família. Eram felizes sim, mesmo que ainda sentissem falta do outro.
—Obrigado pela comida! — O garoto se levanta, arrastando a cadeira.
—Comer assim tão rápido vai fazer mal para o seu... — Winry desiste, vendo que ele já havia saído para treinar com a sensei. —Nunca me escuta.
—Ele é um garoto energético, assim como o irmão. O que você esperava? — Pinako bate o fino cabo de madeira entre os dedos.
—É né... — A garota suspira, com os cotovelos apoiados na mesa.
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—Como foi o seu dia, Ed? —Alphonse pergunta, entrando no carro e guardando seu chapéu.
—Ah, cê sabe, o de sempre. — Edward sorri, apoiando um dos cotovelos no banco. —Derrotando vilões e tudo mais.
—Sei, sei. — O outro ri. Estava acostumado com as histórias malucas sobre o outro mundo que seu motorista lhe contava de vez em quando. A ideia de um lugar onde todos poderiam ter “poderes mágicos” chamados de alquimia era divertida, mesmo que impossível.
—Então... — Ele volta a segurar o volante com as duas mãos. — Para onde vamos?
—Para casa, felizmente não tenho nada mais para fazer hoje. — Ele apóia a cabeça no banco, fechando os olhos.
            Edward liga o carro, dirigindo-se para casa. Seria uma hora de viagem, já que não poderia acelerar muito na estrada de terra.
—Ei, vo... — Para de falar quando nota que outro havia dormido. Sorri. Com certeza aquele fora um dia cansativo. Sabia que estava no final de algum projeto importante, Alphonse havia lhe contado há alguns dias atrás.
            Fazia dois anos desde que estava ali. Já havia se acostumado com o ambiente e com as pessoas dali, mesmo que o lugar fosse totalmente contrário a sua terra natal. Conseguiria viver sem qualquer problema. Mas, ainda tinha uma coisa da qual sentia falta: seu irmão.
            Por mais que estivesse com aquele Alphonse, e esse fosse idêntico ao outro, era diferente. Aquela não era a pessoa que lhe acompanhara nas aventuras e salvara sua pele várias vezes. Aquele não era seu irmão. Aquela não era a pessoa que amava.
            O carro dá uma derrapada, graças a uma pedra que estava no meio do caminho. Ed estabiliza o veículo, sendo abruptamente tirado de seus pensamentos.
            Ficar relembrando não ajudaria em nada, já havia decidido que faria de tudo para voltar. Não poderia perder tempo se lamentando. Não importa o quanto demorasse, ou o quanto difícil fosse, veria seu irmão novamente.
            Uma voz em sua cabeça o lembra. Dessa vez, teria coragem de falar o que sentia. Mesmo que fosse inesperado, era algo que precisava fazer.
            Sempre que pensava nisso, sentia-se inseguro. Acreditava que Al estava bem do outro lado do portão, mas, não sabia nada além disso. E se ele tivesse se esquecido do que haviam passado? E se não se lembrasse nem mesmo de seu nome? Ou pior, se houvesse se esquecido de seu irmão?
            Todas aquelas perguntas sempre lhe atormentavam. Estava rezando para que conseguisse encontrar uma maneira de voltar para Rizempoo o mais rápido possível. Assim conseguiria tirar tudo aquilo de sua cabeça.

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            Alphonse segura a pequena foto contra a luz, como se tentasse fazer com que ela parecesse mais nítida. Era uma foto de quando ele, Winry e Ed eram crianças, antes de sua mãe morrer, é claro. Sabia disso por que boa parte de sua memória já havia voltado. Segura o objeto contra o peito.
Aperta os olhos com força, impedindo que lágrimas tentassem surgir. Quase não conseguia aguentar, estava precisando de seu irmão. Queria poder vê-lo novamente, ali, na sua frente, com aquele sorriso idiota de sempre, dizendo: “Venha logo, Al! A gente vai perder o trem!” ou “Não acho que estou comendo demais!” e “Nunca vou beber leite! Nunca!”
Um riso escapa de sua boca, contrariando o que estava sentindo. Talvez nunca pudesse se lembrar totalmente do tempo que passaram juntos, mas, as memórias que tinha continuariam sendo insubstituíveis.
Mas nunca se comparariam a ter seu “Ed-onii-san” ali.
Encolhe-se, formando uma bola. Não sabia exatamente o porquê, mas, o vazio que sentia dentro de si quando pensava em seu irmão era grande demais. Sentia como se uma parte de si mesmo estivesse faltando. Como se houvesse deixado o que estava faltando com Ed.
Quanto tempo mais precisaria esperar? Mesmo treinando e estudando teorias novas a cada dia, não conseguia chegar perto de uma solução. Sabia que faltava alguma coisa. Já havia se decidido que não tentaria fazer uma transmutação humana, como fizera com sua mãe- não poderia arriscar perder o corpo que o outro lhe dera com tanto sacrifício.
Mas, encontraria uma maneira de trazê-lo para esse lado do portão. E, quando fizesse isso, finalmente poderiam ficar juntos de novo. Agora, poderia até mesmo sentir o calor de suas mãos, ou o frio de seu automail...
Lembra-se de uma noite em que ele e Ed brigaram. Não sabia muita coisa, só alguns cortes de diálogo como:
“Não me pergunte mais sobre isso!” O mais velho empurra o outro para longe. “Mas, nii-san...” Seu lamento paira no silêncio. Sabia que havia feito algo errado, porém... Aquela dúvida que guardava em seu coração o estava matando por dentro, ainda mais naquela situação.
Era tudo muito confuso. Na verdade, nem tudo. Os únicos fragmentos que lhe incomodavam eram aqueles dois. Tinha a sensação de que estavam conectados de alguma maneira... Sentia que, quando resgatava aquelas memórias, alguma coisa dentro de si tentava sair. Mas não fazia a menor ideia de como deixá-la sair.
Tudo aquilo já estava acima de sua compreensão. Não adiantava quebrar a cabeça com isso, precisava se concentrar em encontrar uma maneira de abrir o portão.

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Depois de tanto tempo esperando por esse momento, não sabia o que fazer. Todo seu treinamento e esforço a havia levado para o que queria. Ali, a sua frente, a pessoa mais importante de sua vida o olhava igualmente paralisado.
Edward tenta falar alguma coisa, mas as palavras se perdiam antes de chegarem a sair. Não sabia como lidar com tamanha felicidade que percorria seu corpo intensamente. Desiste de tentar se esclarecer com palavras, passando seus braços pelos ombros do outro, em um abraço terno. Tudo aquilo que havia lhe deixado aflito parecia se dissolver rapidamente só com o toque.
—Irmão... — Al aperta seus dedos contra o outro, como se pudesse impedi-lo de escapar novamente. —Irmão...
—Al... — Finalmente faz com que algo saia de sua boca. Estica os braços, admirado. Não havia nenhum arranhão, nenhuma cicatriz. Havia conseguido devolver o corpo ao seu irmão, exatamente como era antes.
            Alphonse sente uma pontada em sua cabeça. Era uma memória, mas... Diferente das outras, era só uma frase. Ou melhor, não passava de três palavras. Sorri por dentro; eram exatamente aquelas palavras que tiravam suas dúvidas. Agora sabia o que estava preso dentro de seu coração há tanto tempo.
—Vamos para casa, irmão? — Pergunta a Ed, sem soltar sua mão.
—É claro! — Ele sorri da mesma maneira idiota de sempre. — A Winry vai brigar com a gente se ficarmos aqui!
            Os dois caminham lentamente pela estrada de pedregulhos, sem dizer uma só palavra. Não precisavam. A felicidade que sentiam era tão simples que não precisava ser dita. Já estava lá.
—Ah, quase esqueci... — O irmão mais novo pega algo em seu bolso. —É seu. — Entrega o objeto.
— Obrigado. — Levanta o relógio de prata contra o sol, fazendo-o brilhar.
            Chegam a casa, sendo recebidos com a euforia que esperavam. Winry chorava de felicidade, mesmo depois de ter batido em cada um dos garotos com sua chave de fenda.
            Ed vai para o quarto. Quanto mais cedo guardasse as coisas que havia trago, melhor. Coloca sua mala em um dos cantos, enquanto o automail reserva ficava atrás da porta. Tira o casaco, colocando-o no cabide. Vira-se para sair, mas volta atrás. Pega o objeto prateado no bolso do casaco, retirando o selo de alquimia com cuidado e abrindo-o.
            Sorri. Talvez chegasse o dia em que pudesse mostrar aquilo para Al. Mas, agora, iria aproveitar enquanto estava ali. Sai, fechando a porta e voltando para a cozinha.
            O bilhete de papel dentro do relógio de prata escorrega para fora. Nele, só havia escritas três palavras, simples o suficiente para resumir o que sentia.
            Eu te amo.
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  E, é isso! Esperamos que tenham gostado e, até a próxima vez! 

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