quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Fake Star I-I

Desculpem-nos pela demora... Mas, o que importa é que voltamos, não? Bem, espero que pelo menos fiquem mais felizes em ver um post novo...
 Então, sem delongas, vamos começar uma nova história!
 Bem, diz a tradição que devemos colocar algumas informções aqui, então:

Nome: Fake Star - A estrela falsa
Gênero: Shounen-ai/Yaoi Leve (é, nada de Lemon para vocês dessa vez, hehe)
Censura: Livre (ao nosso ver, ok?)
 Atenção: Qualquer semelhança com o mundo real é mera coincidência. Apesar de que, se aguém encontrar um de nossos personagens na rua, nos avise! 



Parte 1: As duas estrelas solitárias


Capitulo 1: “Faça um desejo para aquela estrela cadente”

  Shio olhava o céu, contando as estrelas. Fazia isso todas as noites antes de dormir, apesar de sempre contar uma a mais na noite seguinte. Com o tempo, isso havia virado uma mania.
  Estava fazendo a mesma coisa há dois anos, enquanto esperava seus pais chegarem de uma viagem. Mas uma ligação da polícia o interrompera aquela noite; pelo que parecia, o carro caíra de um penhasco. Morreram imediatamente.
 Ficou morando com seus avôs por seis meses, mas eles acabaram tendo que se mudar. Então, foi morar sozinho, já que nenhum outro parente estava disposto a aceitá-lo em casa. Não que gostasse disso, pelo contrário, odiava ficar sozinho, mas não tinha outra escolha.
 Ele suspira, contando a última estrela da noite. Já estava ficando tarde e como teria aula no dia seguinte, precisava dormir cedo. Ele se vira novamente para a janela; uma estrela cadente cruza o céu rapidamente.
“Desejo alguém que fique comigo.” O garoto sussurra mesmo sem acreditar no que diz. Seria necessário mais do que um desejo para isso.
 Antes que pudesse terminar de se vestir, uma luz ocupa todo o espaço de seu quarto. Depois de alguns segundos, o ambiente volta ao normal, fazendo com que Shio já possa abrir os olhos.
 Parado a sua frente, agora, havia um garoto. Vestia roupas e botas brancas, tendo o cabelo da mesma cor. Seus olhos se destacavam por terem um contorno preto e pupilas de um azul que lembrava o céu à noite.
“Olá! Eu sou Nagare, muito prazer.” Ele diz, estendendo a mão.
 O outro fica estático, caído de joelhos no chão. O que havia acontecido?!
“Ei, terra chamando...” O grisalho balança sua mão a frente do rosto de Shio.
“O-o que, q-quem... você é?”
“Já disse, meu nome é Nagare.” Ele flexiona os joelhos, ficando na mesma altura que o outro garoto.“Eu sou uma estrela. Uma estrela cadente.”[1]
  Shio ainda processava as informações. Uma estrela cadente. Havia feito um desejo a uma, instantes atrás. Isso significava que fora atendido?
 Antes que pudesse continuar com sua linha de pensamento, o garoto é levantado do chão.
“Vamos... Você vai ficar se fazendo de mudo é?” Nagare o segura pelos ombros.
“Me desculpe... Só estava pensando um pouco e...”
“Pessoas que pensam antes de agir perdem segundos muito preciosos.”
 O relógio bate dando dez horas da noite.
“Desculpe, mas eu preciso ir dormir! A-amanhã tenho aula e não quero ficar com sono durante ela!” Shio empurra o outro.
“O que você quiser...”


  O garoto acorda assustado. Havia entrado em um sono profundo e o som do despertador de manhã sempre o deixava desnorteado. Mas não há o que fazer, o melhor é levantar da cama.
 Cambaleando até a cozinha para fazer o café da manhã, Shio acaba tropeçando em algo e dando de cara com o chão.
“Aí! Cuidado!” O grisalho se levanta.
“Você... Por um momento, pensei que tinha sonhado tudo aquilo...” O garoto suspira.
“Ei, eu vim aqui por que VOCÊ pediu.”
“... Ainda não entendi. De todas as pessoas do mundo, você atende logo a mim, um garoto de 13 anos?” Shio e Nagare caminham até a cozinha.
“Estrelas são brilhos solitários que cruza o céu em busca de alguém.” O grisalho cutuca o tórax do outro. “Assim como você.”
 O garoto suspira sem entender muita coisa. Mas não iria perguntar mais nada, tinha a impressão de que não conseguiria uma resposta melhor do que aquela.
 Ele separa uma frigideira, farinha, ovos e manteiga, os deixando do lado do fogão.
“Você come alguma coisa? Ou não precisa se alimentar?”
“Eu não tenho fome... Mas eu queria saber como é o gosto de um queijo.” Ele se senta à mesa, brincando com uma colher.
“Tem um na geladeira. É só pegar e cortar uma fatia.” O outro responde, mais concentrado em fazer seu café da manhã.
  Nagare abre a porta do frigorífico, procurando pelo laticínio. Ele começa a remexer as prateleiras, derrubando todos os alimentos contidos nelas. Porém, consegue achar o que quer e leva o círculo para a mesa.
“Você derrubou todas as coisas, seu burro! Eu vou demorar anos pra guardar toda a comida!” Shio diz, quando se vira para trás, vendo a bagunça.
“Eu não gosto de coisas organizadas.” Ele abocanha o círculo de queijo.
“Ei! Eu disse pra cortar um pedaço, não mordê-lo!” Shio arranca o objeto das mãos do outro. “Você tem algum problema em seguir ordens?!”
“Ah... Para de reclamar! Eu estou aqui por que você pediu.”
 O garoto bufa e coloca o seu prato na mesa, juntamente com uma fatia de queijo que havia cortado. Os dois comem o café da manhã em alguns minutos e se levantam.
“Eu vou pra escola. Você vai ficar aqui, certo?” O garoto diz, jogando a mochila em suas costas.
“Isso.” O grisalho se apóia alternadamente nas partes da frente e de trás dos pés.
“Não quebre, danifique ou desarrume nada.” Ele termina, saindo pela porta.
 O sol ainda estava saindo, o que deixava o céu amarelo-azulado. Era uma visão bonita, pena que duraria pouco tempo.
 Shio chuta uma pedra que estava no caminho. Estava se sentindo cansado, mesmo não tendo feito muita coisa. Talvez devesse descansar quando chegasse em casa... Seria bom.
  Casa. Chegar a casa e encarar aquele vazio era uma coisa comum, mas isso não iria acontecer desta vez. Estranho pensar sobre isso... Era uma coisa repentina toda essa parte de sua vida ser mudada por causa de um desejo feito sem pensar.
  Na verdade, não havia notado quão estranha era a situação. Algo que definitivamente não era humano estava vivendo em sua casa e por algum motivo, o aceitara normalmente. E se fosse algum invasor tentando roubar os seus pertences?!
  Não. Era impossível. Nagare poderia ser qualquer coisa, menos um invasor. A não ser que fosse burro o suficiente para deixar tantas pistas, pois, certamente, alguém como ele poderia ser reconhecido a sete quilômetros de distância.
 O canto de um pássaro faz o garoto acordar de seus pensamentos. Já havia chegado á escola.
 Era um grande pavilhão de tijolos. Todos cobertos com uma camada de tinta branca, que o fazia parecer com um hospital. Muitos alunos reclamavam disso, mas como era uma escola boa e barata, aceitavam aquelas condições.
  Shio se dirige a sua sala, 7-B. Como havia chegado cedo, a maioria dos alunos estavam em pé, conversando com os amigos, ou olhando as pessoas passarem pela janela. O garoto joga a sua mochila na cadeira e se senta, descansando a cabeça sobre a mesa.
“E aí, Shoyou, como vai o nosso amigo?” Um garoto pergunta. Ele possuía as pontas do cabelo pintadas de verde.
“Já disse pra para de me chamar assim, Nobuko.”
“Ok, capitão.”
“Harow, Olá, nihaw, Patchi!” Um garoto menor vem correndo e pula na mesa, derrubando os outros dois.
“Jyuu! Seu estabanado!” Shio se levanta, tentando limpar a própria blusa.
“E aí, aconteceu alguma coisa pra você estar tão alegre?” Nobuko também se levanta.
“Não sei, não sei, não sei! Hawa!” O garoto continua a se mover, como se não conseguisse ficar parado.
“Ele deve ter comido muito açúcar, como sempre.”
“Ah~! Shio, Shio, Shio!” Jyuu balança o outro pelos ombros.
“Se você quer que ele responda, é melhor para de balançar, sabe?” O garoto de cabelo colorido cruza os braços.
“Desculpe...”
 “Fale o que você quer.” Shio revira os olhos.
“Você mora sozinho, não é? Por que eu e o Nokkun não passamos uma noite lá?”
“É mesmo! Vamos fazer uma noite dos garotos! Horey!” Nobuko e Jyuu batem as mãos.
“Tudo bem, eu não tenho nada contra. Só precisam avisar que não voltarão para casa.” Shio diz, sorrindo.
“Vamos ver a casa do Shio~Vamos ver a casa do Shio! Hawa!” O sinal toca e os dois garotos vão para seus respectivos lugares.
  Logo, o professor chega à sala e todos ficam em silêncio. A aula começa e os alunos anotam o que ele escreve no quadro.
Passam-se dois horários, sendo um de matemática e outro de ciências. Então, o sinal toca, indicando que seria à hora do intervalo.
 Os três garotos vão para o terraço, onde normalmente comiam o lanche.
“Argh... Eu me esqueci de trazer comida, droga.” Nobuko se deita, olhando para o céu. Seu estômago ronca, fazendo os outros dois rirem.
“Toma. Pode pegar o meu sanduíche extra.” Shio oferece o embrulho.
“Muito obri-“ O garoto é impedido.
“Nada disso!” Jyuu segura o sanduíche. “A vida não é tão fácil assim!”
“O que você quer que eu faça dessa vez?”
“Você vai ficar me devendo um favor!” O menor ri maliciosamente.
“O sanduíche é meu, o favor não deveria ser, também?” Shio cruza os braços.
“Hawa. Perdeu, agora o favor é meu~!”
“Tanto faz de quem seja o favor... Deem-me logo esse sanduíche!” Nobuko agarra o pacote.
  Os três continuam comendo e conversando, até que o sinal toca novamente. Teriam que voltar para a sala de aula.
  O resto dos horários passa como normalmente. Os professores explicam suas respectivas matérias, exaltando cada coisa importante e sempre dizendo ‘Isso irá cair na prova!’. É claro, poucas pessoas ligavam para aquilo, mas era uma escola, não havia como as coisas serem diferentes.
  Com o toque do último sinal, os alunos correm para a porta, á tumultuando.
“Vai logo Shio! Você tá demorando muito!” Jyuu bate o pé no chão enquanto o outro arruma as coisas na mochila, sem se importar.
“Tenha paciência sua bola de açúcar... A casa dele não vai sair do lugar, sabe?” O garoto de cabelo colorido estava sentado na mesa do professor.
“Pronto. Arrumei as minhas coisas.” O outro coloca a mochila nas costas.
“Hawa! Vamos então~!”
  Eles saem da escola, pegando o caminho à direita. Como a casa de Shio ficava só a três quadras da escola, nenhum deles reclama de ter que ir a pé. Na verdade, aproveitam para conversar. Mas o tempo era curto e logo eles chegam à habitação.
“Por favor, tirem os sapatos. É horrível ter que limpar o chão.” Shio diz aos outros dois.
“Hawa.”
“Sim, capitão.”
 O anfitrião abre a porta, mas para, olhando para o interior do lugar.
“O que foi? Viu um fantasma?” Nobuko brinca, sem saber o que o outro via.
“Mas... Que... Porcaria!!” Shio fecha a porta sem que os outros entrem.
“O- o que foi?” Jyuu começa a bater na porta. Não gostava de ficar de fora das coisas.
“Fiquem aí, eu preciso resolver umas coisas!” O garoto grita, de dentro da casa.
  A sala estava literalmente de pernas para o ar. Não era possível andar direito, pois havia vários livros e revistas jogados pelo chão. As prateleiras estavam igualmente caídas. Shio remexe os objetos e acha o que estava procurando.
“Eu disse pra você não quebrar nada!” Diz ele, puxando Nagare pelo pulso.
“Desculpa... É que não tinha muita coisa pra fazer e...”.
“Meus amigos estão aqui! Se você não tratar de arrumar tudo isso e sumir ou sei lá o que...!”
“Calma. Eles não podem me ver.” O garoto diz, recolhendo algumas revistas do chão.
“Como assim?”
“Você me desejou, você me vê. É assim. Pronto.” Ele não estava muito feliz.
“Não ligo, só arrume essas coisas.” Shio volta para abrir a porta.
“O que aconteceu?” Jyuu se arremessa para dentro do lugar.
“Você parecia bem... Fulo.” Nobuko brincava com seu próprio colar.
“Um gato entrou aqui e derrubou uma prateleira.” Ele empurra os outros dois para a cozinha. “Depois eu arrumo, vamos primeiro comer alguma coisa.”
“Ótimo, eu estou morrendo de fome!” O garoto de cabelo verde diz, se sentando à mesa.
“Você sempre tá com fome!”
“Não sou eu que tenho um pacote de 3 kg de bala na mochila!”
“Esfomeado.”
“Viciado em doces.”
  Shio ri baixinho, colocando o avental. Aqueles dois eram muito divertidos, com todas as discussões. Era uma forma de mostrar a amizade, provavelmente.
  Conhecera Jyuu e Nobuko no começo daquele semestre, quando se mudara para aquela cidade. Foi no primeiro dia de escola. Mesmo estando feliz por ter a oportunidade de conhecer pessoas novas, ainda sentia aquele medo dentro de si. E se não fosse aceito? E se fosse diferente de todos eles? E se não conseguisse fazer nenhum amigo?
  Acabou se desesperando tanto que desmaiou e foi parar na enfermaria. Quando acordou, encontrara os dois no outro lado do quarto. Pelo que haviam lhe contado, começaram a brigar, caíram da escada e foram levados para lá.
  Ele perguntou se eram algum tipo de ‘inimigos’ ou coisa do gênero. Mas a resposta foi um simples “Sei lá” de ambos os lados. A partir daquele dia, de uma maneira repentina, os três começaram a se aproximar e viraram amigos.
 Não era uma história comprida, realmente, mas acabara se prolongando bastante...
 O aumento de tamanho do fogo faz o garoto sair de seus pensamentos e voltar a cozinhar. Não seria bom queimar a casa.
Shio separa algumas cenouras, batatas e um pimentão e coloca dois bifes de carne na panela, preparada anteriormente. Não iria fazer algo muito complicado, já que precisava de comida para três pessoas.
 Depois de meia hora, todos já estavam comendo. Jyuu e Shio não comeram tanto assim, então sobrou meia panela de ensopado para o jantar; ou sobraria se Nobuko não tivesse comido enquanto assistia TV.
 Os garotos passaram o resto da tarde jogando. Como a casa era velha, havia muitos jogos antigos, tais como Go, Mandala e também um tabuleiro de xadrez feito de vidro. É certo que mais da metade daquele tempo foi usado para ensinar Jyuu a jogar Go, mas também foi um tipo de diversão para eles.
Não demorou muito para ficar escuro e os três precisarem arrumar os quartos. Começaram aramando o sofá-cama, já que lá só havia um quarto e alguém iria precisar dormir na sala. Depois, foram procurar alguns cobertores no sótão.
“Shio... Nós precisamos mesmo vir aqui?” Jyuu pergunta, se apoiando no batente da porta.
“Tenha calma. Pense só que aqui é um quarto a mais que ficou muito empoeirado.”
 O sótão era do tamanho de um quarto normal, mas seu teto era um pouco mais baixo. As luzes não funcionavam direito e o aquecedor fazia estalos estranhos, mas tirando isso, era um quarto comum.
“Procurem naqueles armários. Eu vou ver no baú.” Shio diz, apontando os armários de madeira.
 Os dois garotos vão para o outro lado do quarto, a procura dos cobertores.
“Ei, Jyuu?”
“O que foi?”
“Qual é a sua altura?”
“É- é... Eu tenho 1,48! Por que tá querendo saber?!” O garoto fica com raiva.
“Huhuhu! Deve dar direitinho aqui!” Nobuko o empurra para dentro do armário.
“M-me tira daqui! Para com isso seu idiota!”
“Acha que eu vou fazer isso? Vou é ficar, ouvindo você gritar!” O outro ri.
 Shio chega, carregando dois edredons.
“Ei, o que você tá fazendo?”
“Ah... Nada!” Nobuko coça a nuca.
“Onde tá o Jyuu? Ele veio com você até aqui, não foi?”
“Shio! Shio! O Nokkun me prendeu aqui! Abre essa droga de porta, vai!” O garoto começa a bater na madeira.
“Tira ele daí! Sabia que ele pode ficar sufocado?”
“Tá bem, tá bem.” O outro puxa a maçaneta.
 Infelizmente, a porta não abre. Como a madeira era velha, o puxador não funcionava tão bem quanto antes.
 “E aí, você não ouviu o Shio não? Abre logo!” Jyuu continua batendo.
“Er... Más notícias. A porta não abre.”
 As batidas param por alguns segundos. Mas voltam mais fortes ainda depois.
“Como assim?! Acham que eu vou ficar aqui pra sempre é?! ME TIREM DAQUI!!”
“Já disse que não dá pra abrir!” Nobuko grita, batendo no lado de fora da porta.
 Shio o afasta e se põe a frente da estrutura de madeira. Ele pega um pequeno e fino cartão que estava na prateleira. Colocando-o na fenda entre as portas, o garoto começa a passá-lo de cima para baixo.
“Não está trancada. O problema é na madeira. Deve ter ficado velha e envergada.”
 Jyuu começa a chutar a porta pelo lado de dentro.
“Calma! Assim só vai piorar!” Nobuko grita para que o outro ouça. “E aí, o que a gente faz agora?” Continua ele, dessa vez, falando com Shio.
 O garoto morde o lábio, sem saber o que fazer. Sabia abrir portas usando clips e cartões antigos, mas nesse caso, não iria funcionar.
 Quando já estava indo pegar o telefone para ligar para os bombeiros, Nagare aparece na porta do sótão. Ele sorri e se dirige para frente do armário. Depois de algum tempo olhando para a porta, ele soca o canto da mesma, fazendo lascas voarem e ela abrir.
Jyuu rapidamente se joga para fora do lugar. Aquilo era uma armadilha de madeira. Enquanto arfava no chão, Nobuko continuava a fitar o armário, ainda paralisado.
“C-como... O que foi isso?!”
“Você abriu a porta, não foi?” Jyuu diz ainda no chão.
“Um pedaço da porta caiu e ela abriu, só isso. Eu disse que a madeira era velha.” Shio encara Nagare.
 O grisalho ri e começa a andar pelo quarto. Ele sorri quando encontra uma prateleira cheia. Em alguns segundos, todas as coisas já estavam caindo.
“Por que aquela prateleira...”
“Vocês dois, levem isso para o quarto. Eu vou arrumar essa bagunça e já sigo vocês.” Shio empurra os outros dois para fora.
 Jyuu e Nobuko saem carregando os cobertores. Era melhor esquecerem o que havia acontecido.
“Nagare!!” O garoto grita, assim que os outros dois se afastam. “Por que você fez isso?!”
“Eu salvei seu amigo e é assim que você me agradece?”
“Mas precisava bagunçar todas essas coisas?”
“Você só sabe reclamar... Sabia que eu fiquei a tarde inteira só assistindo vocês? Acha isso divertido?” O grisalho empurra o outro.
“Eu não posso falar com você. Vão pensar que eu sou louco.”
“Você queria alguém pra ter mais pena do que você é?”
 Shio não responde. Ele somente suspira e sai do sótão.
 Não deveria ter feito aquele desejo.



[1] Brincadeira com a sentença em japonês: ‘Boku wa Nagare. Nagare Boshi.’


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E então, estão curiosos depois de ler o primeiro capítulo? Esperamos que sim 8D Assim como Doce Solidão, essa história nos trás boas lembranças por ser a primeira que escrevemos como uma equipe de verdade; bons tempos, velhos tempos. Er, bem, antes de entrar em um momento de nostalgia, vamos explicar o porque de ter um grande título "Parte um" lá em cima e de termos classificado o capítulo como I-I: Diferentemente das nossas obras, essa tem dois tipos de divisão, sendo a principal por partes e uma subdivisão de capítulos. Bem, basicamente, são 3 partes, sendo a primeira com 3 capítulos e as outras com 4. 
 Ainda tínhamos que explicar sobre os capítulos extras, mas... A coisa está ficando grande demais aqui xD Bem, nos vemos na próxima semana~!

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